(Na promulgação pelo Presidente da República da lei do aborto, dois meses depois do atentado de 11 de Fevereiro)
Sócrates
Hipócrates pervertido.
O acaso de uma coincidência com um nome maior da cultura clássica
num zézeta sem classe.
O primeiro foi envenado: o preço injusto da sua grandeza.
O segundo manteve o nome ligado a práticas venenosas.
Goebbelsinho da RTP.
Primeiro sinistro de um milhão e meio que votou ‘sim’ (Uma desgraça nunca vem só!).
Mao Tsé Tung da terceira geração: com imagem desfigurada da justiça!
Convicções democráticas de plástico trocadas nas lojas chinesas.
Mente voluntariosamente simétrica das actualíssimas médias europeias dos espectáculos de vulgaridades: excita-se com as estatísticas.
Também deseja,
depois de capotar na alta velocidade do consumismo,
seguir descapotável, sem qualquer ideia de Bem.
Afora a perseguição intransigente do bem bom!
Mais engenhoso do que engenheiro.
Engenheiro pinoca.
Ou, melhor ainda, engenheiro pinóquio.
Fã da Carmen Miranda: também usa a cabeça para expor a fruta da época
e outros lugares comuns.
Silva Pereira
Embora envergonhado, veste ainda os calções de escuteiro.
Grita aos saltinhos: ‘Também quero entrar! Também quero entrar na fotografia!’.
Boneco sósia do anterior, que o pôs em cima do palco.
Mas tarde ou cedo há-de tombar e a nódoa negra será do tamanho da vida!
Odete Santos
Atiçada visionária em espasmos. Revoltada mental. Rasto de sangue tornado revanche-discurso.
Vital Moreira
Serpente secreta sinuosa serpenteando sibilante sensatez. SS da retórica capciosa.
De quando em vez ouve-se o silvar do ressabiamento: e ei-lo que mordeu, uma vez mais, na memória cristã. Avô cantigas vitima de processo transgénico que o tornou lobo mau.
Gatos Fedorentos
A felicidade de um nome exacto: tal e qual. Facécias dos novos lideres do regime. Parlamento, tribuna, câmara alta onde soam todas as baixezas. Culturalmente correctos.
Catarina Furtado
Enigma, caso de polícia lá no bairro: quem lhe roubou –digo furtou- à nascença
os dois dedinhos de testa que ela, ostensivamente, teima em mostrar que lhe faltam?
Tem muitas colegas.
Miguel Sousa Tavares
Charmoso grand dannois da opinião pública. Muitos gostam de o passear. Fio-de-prumo, pêndulo, burguês-mestre. Não muito à esquerda. Tão pouco conservador.
Antes conversador, nada barato, que funciona como autoridade reguladora dos lugares comuns. Ferido pela raiva anti-católica.
Francisco Louçã
Furor mongol vestido por Ralph Laurent. Genghis Cã das causas fracturantes. Chefe da horda elitista de mentes brilhantes, a pilhas, ou melhor, a ‘charros’. Justiceiro da TSF.
É o apito dourado do regime: especialista em expulsar a humildade democrática
e em marcar penalties contra a verdade.
Bento Domingues, Anselmo Borges
& comp.
Circo-ceia sem cardeais (porque as vedetas somos Nós!).
Caniches velhos que só sabem repetir o mesmo numero: ‘Dá a patinha’, ‘Dá a patinha’!
E eles, amestrados, rechonchudos e contentes, dão!
Pulido Valente
Portugal? Estúpidos!...Católicos? Para além de estúpidos, ridículos! Os outros todos?
Umas bestas! ‘O único tipo lúcido e decente nesta parvónia - e a modéstia não me permite dizer o seu nome- escreve regularmente a lembrar que nesta coisa chamada mundo não há ética, nem futuro, nem nada. Só interesses, jogos, ambições. Pelo que, e obviamente, a única atitude inteligente, moderada e honesta será a legalização do aborto’.
Cavaco Silva
Desta vez, nesta história, o estica vira o gorducho. Anafado, acomodado no sofá, qual almofada bem posta, ali.
De quando em vez espreita à janela para ver o Carnaval, mas por detrás da cortina,
não vá alguém vê-lo.
Dizem que treme de frio nas longas noites do mandato, aflitinho, a pensar nos juros do empréstimo que fez da honra, a quatro anos.
Sabe-se que permanece imune, no seu posto asséptico, às causas da verdade, na farmácia de serviço do regime em Belém. Promulgou a sua impressão digital
na história: “rendo-me!… quer dizer, invisto onde parece que me rende mais!”
Maioria
Por onde passa devasta a cultura.
Muitas vezes confundida com o Povo, realidade que, todavia, tem outra consistência, seja na Grécia clássica, seja, mais ainda, na memória bíblica!
Gafanhotos, praga de gafanhotos.
Ri-te, ri-te! Quando deres por ti até choras! Aliás, baixa o ruído da televisão! Não ouves
os gemidos dos inocentes?