domingo, 5 de agosto de 2007

A luta continua

A “soviética” revolução de Outubro, violentíssima génese do mais sanguinário regime conhecido, celebra 90 anos dentro de alguns meses, e é razão para entusiásticas celebrações na próxima festa do “Avante!”, órgão oficial do sistémico Partido Comunista. A inteligenzia apaniguada do regime fechará convenientemente os olhos à ignóbil celebração. Para tanto basta um convite para uma pública passeata no santuário do Seixal que logo o tinto carrascão e umas febras fumegantes, adormecem a sua sensibilidade democrática. A boa propaganda assim aconselha, pois afinal não é tudo tão “relativo”?
Entretanto, à conta do erário público, preparam-se os nacionalíssimos festejos do centenário da velha e caduca república do não menos passado Dr. Vital Moreira. Celebremos então a carbonária, a formiga branca e o camião da morte. Rejubilemos com as perseguições e o ressentimento sanguinário, o assassinato politico, a desregulação democrática, enfim, o completo caos.
A gananciosa fidalguia regimental, em plena posse da máquina de propaganda, rejubila com a previsível festança para o pagode iletrado. Para o povo historicamente analfabeto e acrítico, hoje alienado com as ilusões da fortuna pós-moderna: viagens enlatadas, telemóveis topo de gama, unhas de gel e outros ídolos do jet 7. Uma vertigem de prazer inusitado.
Abaixo da superfície, uma ligeira vibração é perceptível. Sinais de que a história não acaba aqui e de que a luta continua.

1 comentário:

JSM disse...

Caro João Távora
Enquanto por cá se comem sardinhadas pela revolução de Outubro de 1917, na Rússia, os russos prestam homenagem às vítimas do Grande Terror, às vítimas do comunismo - "Nós não podemos esquecer que este mal aconteceu. Se não esse mal dará origem a mais mal" - afirmou a descendente de uma das vítimas fuziladas e enterradas em valas comuns, na sequência de uma das purgas ordenadas por Estaline. A motivação das purgas, a exemplo da 'prikaz 00447' de 5 de Agosto de 1937, poderia resumir-se muito simplesmente a 'reprimir elementos anti-soviéticos perigosos'! Já hoje existe a certeza de que as vítimas do comunismo ultrapassaram em muito as vítimas do nazismo, e sem estar preocupado em estabelecer recordes para actos tão macabros, continua no entanto a existir uma estranha benevolência em relação aos piores! E o que afirmo é tão sintomático que ainda há quem festeje o terrorismo do estado soviético com febras e vinho tinto!
E eu tinha logo de ter nascido nesta espelunca! O Almada é que tinha razão - 'o país, visto de longe, até é bonito, fica feio pôr lá portugueses'.
Saudações monárquicas.