As Férias Que Mais Admiro
São as que moem até doer
e que espremem a resistência que pensávamos já não ter.
São as que nos entranham todo o corpo do lodo que trilhamos
e nos ensopam do frio da chuva
que aparece sem ser o seu tempo.
As que têm noites pouco dormidas
no desconforto de um chão duro
e dos zumbidos das melgas
impossíveis de combater no escuro.
E destas férias nasce o descanso mais procurado
(e tão pouco encontrado)
São as que nos põem a andar horas a fio,
secos ou molhados, sem conhecer o fim
mas na certeza que vamos e chegamos contentes,
porque vale a pena arriscar no que mais custa.
Vimos e ouvimos o Belo
e aprendemos a deseja-lo mais nosso.
Com gosto, esforçamo-nos pelos outros,
e percebemos como isso é tão bom.
Muitos, e com vidas tão diferentes,
rimos de coisas simples, e sorrimos por dentro
ao olhar para os risos sinceros de quem nunca assim se riu.
Sentimos a falta dos nossos que não estão,
mas aprendemos a amar mais os que estão.
Acabamos com a alma grande,
admirados com a certeza de que
(como alguém dizia)
O Bem vence.
Entre amigos, são assim as férias que mais me admiram,
as que passamos juntos,
nos acampamentos do Vale de Acór.
3 comentários:
que pena não podermos ter estado presentes...
Não quereria ter estado noutro sítio se não neste que descreves de forma tão bonita, tão próxima, tão amiga!!!
Querida Rita,
Identifico-me com o que (d)escreves tão próximo do essencial que aconteceu.
Sublinho uma frase sentida de forma particular - a da ausência daqueles que amamos e que gostaríamos que também tivessem estado presentes!
1 abraço!
CatFons
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