Desenvolvimento Fetal
Um video lindissimo sobre o inicio da vida, para iniciar bem o ano:)
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Realizador: Matteo Garrone. Argumento: Maurizio Braucci, Ugo Chiti, Gianni Di Gregorio, Matteo Garrone, Massimo Gaudioso, Roberto Saviano. Intérpretes: Salvatore Abruzzese, Simone Sacchettino, Salvatore Ruocco, Vincenzo Fabricino, Vincenzo Altamura, Italo Renda. 137 min. M/16. (VXD) *
Assinado por José Maria Aresté Data: 15 Dezembro 2008
Impressionante olhar sobre a sinistra realidade da Camorra italiana, a partir da novela homónima de Roberto Saviano, ele próprio ameaçado de morte por estes criminosos, a ponto de precisar de contínua protecção policial. Entre as dezenas de histórias incluídas na obra original, o realizador Matteo Garrone escolheu cinco, muito representativas dos trágicos acontecimentos que se vivem em Nápoles e nos seus arredores.As andanças de vários personagens entrecruzam-se como tramas de um tapete. Dom Ciro é um contabilista da máfia que nunca sujou as mãos e que, na complexidade de confrontos de clãs, não sabe a qual se há-de associar para sair ileso. Totó é um adolescente, jovem "cachorro", que aspira a ser considerado pelos mais velhos apto para ser admitido na organização criminosa. Marco e Ciro são dois rapazolas desmiolados, tão indolentes e pouco motivados como tantos outros rapazes honestos da mesma idade, mas que além disso desejam "fazer a guerra por sua conta", isto é, tentar a sorte juntando-se a um gang de narcotraficantes colombianos, saltando a hierarquia da Camorra. Roberto, jovem licenciado e rapaz às ordens de Franco, faz negociatas com indústrias químicas para eliminar resíduos tóxicos de modo a sair mais barato às empresas do que se estas cumprissem as normativas de segurança. Por último aparece Pasquale, um excelente alfaiate, que na iminência de ter de entregar um pedido urgente, é capaz de encomendar o trabalho a ateliers chineses clandestinos, sem conhecimento do chefe.É um filme que retrata sem paliativos o horror do crime organizado da Camorra. Além disso, tem muita actualidade por incluir questões como a exploração de imigrantes ilegais, o desnorteamento de tantos jovens vazios de ideias, e a destruição do ambiente pela contaminação. A abordagem, valente, é de total desmistificação dos problemas: ficam descartados todos os processos mais ou menos românticos ou condescendentes de certo tipo de cinema dos Estados Unidos, que tem por trás pessoas do nível de Francis Ford Coppola, Martin Scorsese ou Brian De Palma (este último explicitamente criticado). Aqui não há lugar para qualquer tipo de fascínio, porque o quadro que Garrone pinta é a rotina mafiosa, absolutamente imoral: negócios corruptos para encher os bolsos, utilização de pessoas para fins horríveis, degradação da sexualidade - explicitamente apresentada -, negação do valor da vida, subjugação de pessoas, incluindo crianças, condenadas a ser párias se não aceitarem determinadas regras do jogo...Com um tempo correctíssimo, como num verdadeiro documentário, real como a própria vida - muitos actores não são profissionais, na linha da tradição neo-realista italiana - o filme faz-nos testemunhas da evolução dos diferentes personagens, num mecanismo muito bem engrenado, onde impera o medo e a hipocrisia e que ninguém parece ter interesse em desmontar, em parte pelos muitos milhões envolvidos, inclusive em negócios legais. No meio deste panorama desolador e terrível que nos é apresentado, e sem mais violência que a estritamente necessária, Garrone tem o acerto de incluir personagens que se revoltam contra a situação, sem que a sua oposição signifique minimamente o fim da Camorra, mas apenas a constatação de que há gente que faz as coisas de forma correcta, embora isso implique ganhar menos dinheiro e ficar fora de jogo.
José María Aresté
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A exposição reflecte o contributo de João Paulo II para a unidade e o espírito europeu
Bruxelas. No edifício principal da sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas, inaugurou-se a 14 de Outubro uma exposição sobre João Paulo II, que destaca o seu contributo para a unidade e o espírito europeu. "As raízes comuns do espírito europeu. 30 anos depois da eleição de João Paulo II, 20 anos depois da sua visita ao Parlamento Europeu" é o título deste evento situado num espaço muito concorrido de passagem para os outros edifícios. A exposição tinha sido anunciada com grandes cartazes nas esquinas e colunas com uma grande fotografia de João Paulo II.
Assinado por Ana Gonzalo Castellanos Data: 8 Novembro 2008
Atractiva, muito bem planeada, a exposição apresenta grandes painéis com fotografias das visitas de João Paulo II a cada uma das 27 capitais europeias - visitou-as todas pelo menos uma vez - acompanhadas de textos em inglês e na língua em que o Papa as pronunciou, incluindo grego, sobre as raízes cristãs da Europa. Mais seis painéis traçam a vida e a obra dos padroeiros da Europa, S. Cirilo e Metódio, S. Bento de Núrsia, Santa Catarina de Sena, Santa Brígida da Suécia e Edith Stein. Vários painéis reproduzem recortes de jornais de todos os países europeus da época da eleição daquele Papa jovem e alegre. Em idiomas que ainda não estavam incluídos entre os da União Europeia como o letão, o polaco ou o checo, lê-se: "o lutador da liberdade", "o Papa da esperança"...
Nesse momento, 1978, muitos países que hoje fazem parte da União Europeia não existiam sequer como países independentes, ou estavam então muito longe de imaginar que fariam parte dela em tão curto espaço de tempo ou do papel que o Papa desempenharia para fazê-lo realidade. De facto, o Papa visitou muitos deles quando estavam ainda do outro lado da cortina de ferro.
Entre os organizadores da exposição contam-se vários parlamentares europeus, entre eles um dos seus vice-presidentes, Alan Bielan, e o presidente da Comissão dos Assuntos Externos, Jacek Saryusz-Wolski. O Comité honorário é composto por mais 16 euro-deputados, de várias nacionalidades.
Uma grande bandeirola rodeia e une os painéis na parte superior, mostrando a seguinte inscrição em latim e em grego: "Non erit Europa unitas donec ipsa spiritus quadem unitas fiet".
Visita ao Parlamento Europeu em 1988
A 11 de Outubro de 1988 João Paulo II dirigiu-se ao Parlamento Europeu reunido em sessão plenária em Estrasburgo, onde disse: "É meu dever sublinhar com força que se o substrato religioso e cristão deste continente tivesse ficado à margem do seu papel de inspirador da ética e da sua eficácia social, estaríamos a negar não somente toda a herança do passado, mas até a comprometer gravemente um futuro digno de cada homem europeu, crente ou não crente".
João Paulo II visitou nove vezes a sua Polónia natal, sete vezes França, cinco vezes Espanha, quatro vezes Portugal, três vezes a Áustria, a República Checa, a Alemanha e Eslováquia, duas vezes a Bélgica, Hungria, Malta, a Irlanda e a Eslovénia e uma vez a Bulgária, a Dinamarca, a Estónia, a Finlândia, o Reino Unido, a Grécia, a Letónia, a Lituânia, o Luxemburgo, a Holanda, a Roménia e a Suécia.
A exposição reflecte o contributo de João Paulo II ao espírito de unidade e solidariedade, ao espírito europeu e às suas raízes profundamente cristãs.
Eis aqui algumas citações compiladas nos painéis e no rico catálogo publicado por ocasião da exposição:
"Sei que sois fiéis à memória daqueles a quem chamais "pais da Europa", como Jean Monnet, Konrad Adenauer, Alcide De Gasperi, Robert Schuman. Tomarei deste último a concepção de uma intuição central dos fundadores: "Servir a humanidade por fim livre do ódio e do medo, uma humanidade que aprende de novo, após largas rupturas, a fraternidade cristã" (Discurso ao Conselho da Europa, Estrasburgo 8 de Outubro de 1988).
"A Europa tem necessidade de redescobrir e tornar-se consciente dos valores comuns que forjaram a sua identidade e que formam a sua memória histórica. O ponto fulcral da nossa comum herança europeia - religiosa, jurídica e cultural - é a singular e inalienável dignidade da pessoa humana" (Mensagem ao Presidente da Comissão dos Ministros do Conselho da Europa, 5 de Maio de 1999).
"A história do mundo é rica em civilizações perdidas e culturas brilhantes cujo esplendor há muito se extinguiu; enquanto que a cultura europeia se renovou e enriqueceu sem parar no diálogo, às vezes difícil e conflituoso, mas sempre fértil, com o Evangelho. Este diálogo é o fundamento da cultura europeia". "A política e a economia são certamente necessárias mas não suficientes para curar o homem europeu ferido que aparece frágil e vulnerável. A Europa não encontrará o equilíbrio e a força vitais se não se renova com as suas raízes profundas, as raízes cristãs. A Europa, como disse Goethe, fez-se peregrinando e o cristianismo é a sua língua materna" (Discurso aos estudiosos europeus no Simpósio pré-sinodal sobre : O cristianismo na Europa, 31 de Outubro de 1991).
No painel dedicado às cinco visitas que João Paulo II fez a Espanha recolhe-se a seguinte frase pronunciada no aeroporto de Quatro Ventos a 3 de Maio de 2003. "Ela (Maria) vos ensinará a não separar nunca a acção da contemplação, assim contribuireis melhor a fazer realidade um grande sonho: o nascimento da nova Europa do espírito. Uma Europa fiel às suas raízes cristãs, não fechada em si mesma mas sim aberta ao diálogo e à colaboração com os demais povos da Terra, uma Europa consciente de estar chamada a ser farol de civilização e estímulo de progresso para o mundo, decidida a juntar os seus esforços e a sua criatividade no serviço da paz e da solidariedade entre os povos"
Durante a inauguração da exposição, a 14 de Outubro, os organizadores recordaram que este espírito que deu vida à unidade europeia, e o contributo de João Paulo II para revitalizá-lo, não é só uma recordação do passado. Trata-se sobretudo de uma rica herança da qual a Europa se deve alimentar no futuro.
Ana Gonzalo Castellanos
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o regresso do trabalho em ambiente doméstico
As mudanças que ocorrem actualmente no mundo do trabalho poderão conferir uma nova forma à casa de família, fazendo dela uma escola ideal de vida.
Assinado por www.mercator .com Data: 3 Novembro 2008
O que faz de uma simples casa uma casa de família? E que tipo de casa de família promove hoje com mais acuidade o bem-estar e o desenvolvimento de todos os indivíduos que nela habitam? Estas e outras questões serão discutidas em Novembro, num congresso que terá lugar em Londres, e que é o segundo de uma série de congressos organizados pela Home Renaissance Foundation. O congresso de Novembro terá como título: Excellence in the Home: From House to Home.
Um dos principais intervenientes neste congresso será Charles Handy, filósofo da gestão, cujas obras acerca da forma como o trabalho tem mudado, e dos efeitos que essas mudanças têm na nossa vida e na vida das organizações, são famosas muito para além do Reino Unidos. Charles Handy fará uma comunicação intitulada: «A casa do futuro. O trabalho em casa». Elizabeth Handy, sua mulher, fotógrafa de retrato que recorre a uma técnica muito específica de familiarização, vai montar, nesse mesmo congresso, uma exposição sobre a casa de família e as pessoas que a constituem.
Nesta entrevista a MercatorNet, Catherine McMahon, membro da Home Renaissance Foundation, questionou Charles Handy sobre a visão que ele tem da casa de família como local de trabalho. ***
Há algum tempo que a casa de família é o local onde as pessoas recuperam do dia de trabalho, para no dia seguinte voltarem a sair, a fim de despenderem as horas produtivas num escritório. Como lhe parece que será a casa do futuro?
Para começar, há-de ser mais do que um local onde se dorme, como tem sido, até certo ponto, na última geração: um local aonde as pessoas vão dormir, tomar uma ou outra refeição, para depois voltarem a sair.
Em minha opinião, a casa do futuro será um local onde as pessoas vivem, trabalham, dormem e descansam; será mais um centro de reunião. Isso deve-se, por um lado, ao facto de ser cada vez mais conveniente as pessoas levarem trabalho para casa; e, por outro lado, ao facto de ser mais dispendioso para as organizações albergarem pessoas durante o dia, quando elas podem perfeitamente fazer a maior parte do seu trabalho fora do escritório. Além disso, a circulação de pessoas tem-se tornado cada vez mais dispendiosa e difícil, pelo que se vai tornando natural que cada vez mais pessoas trabalhem mais tempo em casa se puderem.
Há coisas que não se podem fazer em casa; tem de haver quem nos atenda no supermercado. Mesmo aí, contudo, o serviço é cada vez mais autónomo, de maneira que são necessárias cada vez menos pessoas. Se a senhora quiser ir ao cabeleireiro, também terá de sair de casa. Mas grande parte do trabalho do futuro terá por base a informação; e, uma vez que tudo o que tem de ver com a informação pode ser feito em casa, serão cada vez mais as pessoas que ficarão em casa – mas essas pessoas também saem, não estão sempre fechadas, porque têm necessidade de se encontrar com outras pessoas.
Esta tendência já está a ter impacto na arquitectura. No outro dia, falámos com uma arquitecta que nos disse que, actualmente, todas as casas que planeia têm escritório, porque as pessoas que trabalham em casa precisam de um espaço para esse efeito. Mas também é necessária uma área comum, e é cada vez mais corrente as pessoas quererem combinar a área de lazer com a área onde cozinham e onde tomam as refeições. Teremos, portanto, uma zona comum, com uns a cozinhar, outros a comer, outros a ver, uns a gritar, outros a brincar – uma área que será ampla, que será a zona principal da casa.
De momento, o design urbano empurra as pessoas para irem trabalhar fora de casa, e muitas delas passam imenso tempo em transportes. O que podemos fazer para convencer as autoridades a reconhecerem a importância da casa de família na vida das pessoas?
Eu defendo que o tempo gasto em transportes é muito caro; é caro para a organização e é caro para o indivíduo. Quando pensamos que, na sua maioria, os edifícios de escritórios só estão ocupados durante 40 horas por semana – das cerca de 160 horas possíveis –, percebemos que é uma despesa enorme. É portanto, obviamente, do interesse das organizações ter escritórios pequenos, fazendo deles locais de reunião, em vez de serem locais onde as pessoas se sentam a trabalhar. A ideia é mandar as pessoas trabalhar para casa e só as chamar quando têm de trabalhar em conjunto, de colaborar de forma pessoal, em vez de o fazerem por telefone ou por correio electrónico.
Por outras palavras, a economia – que é a principal alavanca das alterações sociais – vai dizer cada vez mais: por favor, não circulem tanto. É mau para a economia, é mau para a bolsa dos indivíduos, é mau para o ambiente, e por aí fora.
É preciso ser muito virtuoso para trabalhar em casa e trabalhar de forma efectivamente estruturada. É de esperar que as pessoas trabalhem bem em casa?
Sim, claro, é necessário aprender a trabalhar em casa, e é necessário aprender a gerir as pessoas que trabalham em casa. Mas tem de se confiar em que farão o trabalho, e deixá-las decidir quando. Nem toda a gente começará a trabalhar às 8.30 da manhã; algumas pessoas hão-de trabalhar noite dentro, porque é nessa altura que os filhos estão a dormir e que há silêncio em casa, e podem muito bem ir às corridas durante o dia. Pois muito bem. Se um empregador começa a telefonar aos empregados de hora a hora, para verificar se eles estão a trabalhar, isso é um disparate. O empregador tem de lhes dizer: “Quero este relatório na segunda-feira; tanto me faz que o faça no sábado, no domingo, ou na sexta-feira.” A meu ver, esse é o melhor tipo de gestão: o trabalho está feito? É de boa qualidade? Foi feito a tempo e horas? Era aquilo que se pedia? O empregado é que decide quando e como o fará, e com quem conversa nos intervalos. Parece-me que isso é substituir a tirania pela liberdade.
As crianças, ou pelo menos os adolescentes, passam cada vez mais tempo ao ar livre, em actividades ou com os amigos, do que em casa com a família. Como transformar a casa da família num local onde os miúdos gostem de estar? É bom andar na rua a fazer coisas; os jovens não gostam de estar permanentemente com os pais. Mas parece-me que as refeições são momentos marcantes na vida, e que os filhos devem estar em casa à hora das refeições, pelo menos de algumas. Acho mesmo que uma família que come em conjunto não se desfaz. O que me entristece na vida moderna é o facto de os miúdos terem mentalidade de nómadas: vão ao frigorífico e levam a comida para o quarto. Tenho estado em casas onde não existe uma mesa de refeições, de maneira que a família não tem sitio onde comer em conjunto. Cada um deles pega num prato, serve-se e senta-se no sofá, diante da televisão, a comer. Não tem mal nenhum fazer isso de vez em quando. Mas parece-me que fazer as refeições em conjunto faz parte da vida familiar.
Para isso, tem de haver uma mesa comum, de preferência na cozinha – e não noutra sala, porque isso torna as coisas excessivamente formais. A cozinha tem de ser o local onde, para além de se cozinhar, também se come; idealmente, será aberta para um espaço comum. Mas as pessoas também precisam de privacidade, para além dos espaços destinados à vida em comum.
Acha que as actuais tendências, em termos de concepção das casas, são em geral boas, más ou indiferentes? O que lhe parece que temos de melhorar? No meu livro, conto que, ao longe de 25 anos, nós fomos mudando a cozinha de lugar em nossa casa, porque a função da cozinha se foi alterando à medida que a família foi aumentando. Tivemos a possibilidade de fazer isso, porque tínhamos uma casa vitoriana, cujos compartimentos não tinham sido concebidos para actividades específicas; eram simples espaços. O problema de grande parte das habitações modernas é o facto de os quartos, as salas, a cozinha, etc., serem determinados à partida, o que não permite grande flexibilidade, de maneira que, quando a família aumenta, ou se altera, torna-se necessário mudar de casa. Parece-me preferível ter compartimentos multifuncionais. As famílias mudam; os filhos saem de casa; os filhos voltam para casa… Temos de ser nós a fazer o espaço; não pode ser o espaço a fazer-nos a nós.
Seja a mãe ou o pai a fazê-lo, é importante alguém tomar conta dos filhos e da casa. Não lhe parece que a sociedade devia reconhecer melhor o valor desse trabalho e – não necessariamente remunerá-lo, mas – valorizá-lo de alguma maneira? Sem dúvida nenhuma. Acabamos de fazer um estudo em Suffolk, em Inglaterra, sobre as pessoas que são as encarregadas da própria família, e chegámos à conclusão de que havia 98.000 pessoas que tinham abandonado a carreira para tomar conta de algum membro da sua família. Recebem um subsídio por isso, um subsídio mínimo, dado pelo governo, por esse trabalho incrivelmente valioso, que poupa imenso dinheiro ao país. Depois, há o trabalho de educar os filhos, de cozinhar, e por aí fora – que são tarefas incrivelmente valiosas. Volta e meia, ouve-se dizer que o trabalho de uma dona de casa, ou de um dono de casa, vale 30.000 euros por ano, mas como é que isso se avalia efectivamente?
Precisamos imenso de encontrar uma maneira de reconhecer formalmente o valor desse trabalho; é uma coisa em que ando a pensar há muitos anos. A verdade é que não sei como fazê-lo. Mas tenho a impressão de que toda a gente reconhece – em particular numa altura em que são cada vez mais os homens que o fazem – que é de facto trabalho, que não se trata de uma espécie de lazer; de maneira que a cultura está a mudar, e são cada vez mais as mulheres, e alguns homens, que dizem: O meu trabalho é cuidar dos miúdos.
Numa das famílias que andámos a fotografar para este congresso, é o marido que fica em casa. Faz uns trabalhos no computador, mas a sua principal actividade é cuidar da casa, dos filhos e cozinhar durante a semana. A mulher cozinha aos fins-de-semana. Parece-me que, quantos mais homens se dedicarem a essa tarefa, mais se reconhecerá que se trata de trabalho a sério.
Para mais informações sobre o congresso Excellence in the Home: From House to Home, ver www.homerenaissancefoundation.org
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(...) Portugal deixou de olhar para o céu à procura de horizontes e passou a olhar para o chão á procura de migalhas. (...) Hoje ser monárquico é exactamente o mesmo que ser português... pertencer a uma minoria que luta contra a corrente à espera que os ventos da História nos salvem deste triste fado ou que a mente dos homens se lembre de que nem só de pão (que nos escraviza e prende á terra) vive o homem, mas também de horizontes e ideais (que nos libertam e fizeram de Portugal aquilo que um dia foi... um projecto e não uma jangada á deriva. (...)
Ricardo Gomes da Silva na caixa de comentários deste texto de Simão Reis Agostinho no blog do Centenário da república.
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Ao passar os olhos pelas notícias de hoje, deparei-me com estas três e… continuamos impávidos, serenos e embalados pela música e pelas iluminações de Natal das grandes superfícies comerciais mais de dois meses antes do Dia de Natal.
Mais de 60 mortos e 50 mil refugiados em violência contra cristãos
Os ataques sucedem-se, há dois meses, em especial no Estado de Orissa, onde uma freira foi incitada, por cinco mil mulheres hindus, a casar-se com o seu violador.Casas e igrejas são destruídas, as linhas que delimitam os terrenos privados são retiradas, as terras ocupadas e divididas entre os agressores.
Os poucos cristãos que ficam nas aldeias são obrigados, sob ameaça de morte, a converter-se ao hinduísmo.
Para os que se recusam, há um castigo: são obrigados a profanar bíblias, a agredir cristãos e, nalguns casos, a beber urina de vaca, considerada «purificadora» para alguns hindus.
O padre Ajay Singh, um dos poucos a ter acesso aos campos de refugiados, descreveu que «os cristãos estão a ser tratados como animais».
«Recebem um cobertor por família, não existe qualquer sistema sanitário ou de higiene. Mais trágico é que nem sequer lhes é permitido rezar, estão constantemente a ser observados pelas forças de segurança», contou.
Um casal terá sido intimado a rejeitar a religião cristã, o marido aceitou mas a mulher, grávida de sete meses, recusou e pagou um preço: terá sido esquartejada pelos hindus.
Há relatos de pessoas, incluindo crianças, regadas com gasolina e incendiadas. Lusa / SOL
Portugal é um dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) com maiores desigualdades na distribuição dos rendimentos dos cidadãos, ao lado dos Estados Unidos e apenas atrás da Turquia e México.
No seu relatório “Crescimento e Desigualdades”, hoje divulgado, a OCDE afirma que o fosso entre ricos e pobres aumentou em todos os países membros nos últimos 20 anos, à excepção da Espanha, França e Irlanda, e traduziu-se num aumento da pobreza infantil.
(…)Lusa
O Presidente da República promulgou hoje a nova Lei do Divórcio, deixando, contudo, um alerta para as situações de "profunda injustiça" a que este regime jurídico irá conduzir na prática, sobretudo para os mais vulneráveis.
"O novo regime jurídico do divórcio irá conduzir na prática a situações de profunda injustiça, sobretudo para aqueles que se encontram em posição de maior vulnerabilidade, ou seja, como é mais frequente, as mulheres de mais fracos recursos e os filhos menores", lê-se numa mensagem de Cavaco Silva, publicada no 'site' da Presidência da República.
Por outro lado, refere ainda o comunicado, o diploma, incluindo as alterações introduzidas depois do veto presidencial de 20 de Agosto à primeira versão da lei, "padece de graves deficiências técnico-jurídicas".
Além disso, "recorre a conceitos indeterminados que suscitam fundadas dúvidas interpretativas, dificultando a sua aplicação pelos tribunais e, pior ainda, aprofundando situações de tensão e conflito na sociedade portuguesa".
Lusa
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" Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,"
Fernando Pessoa
A 5 de Outubro de 1143 é assinado o tratado de Zamora.
Há oitocentos e sessenta e cinco anos nasce esta nação sagrada.
Portugal, não te esqueças da tua história!
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Pelo seu relevo evangélico, publico o texto de um missionário português na India.
Porque para além da bolsa e do futebol existe o mundo... e os mártires cristãos no mundo...
Índia, 20 de Setembro de 2008.
Ontem, aqui na nossa cidade de Guntur os cristãos de diferentes confissões reuniram-se numa manifestação pública chamada marcha da paz, que era um protesto contra a discriminação e a perseguição.
Os cristãos são martirizados por grupos fanáticos xenófobos hindus. Os números estão sempre em crescimento, porque a actividade não cessa: mais de 50 mortos, milhares de casas queimadas, centenas de veículos, escolas, casas de religiosos paróquias e lugares de culto queimados e vandalizados. Orissa foi o começo, actualmente cinco Estados estão em pé de alarme e pensamos que está a formar-se uma vaga que vai chegar um pouco a toda a parte.
Damos graças a Deus por termos sido poupados até agora, mas a possibilidade de sermos atingidos é bastante alta, se nada mudar o curso dos acontecimentos.
Uma boa notícia foi dada ontem, quando a Presidência declarou o “estado de sítio” e fez passar a segurança para o Governo Central. Uma esperança que o Governo xenófobo dos Estados que protegem os fanáticos se retire. Altas autoridades locais protegem estes fanáticos que se deslocam em camiões durante a noite, chegam às centenas, e por onde passam semeiam o terror e a confusão sem oposição. A polícia recusa-se a intervir e só prendem os cristãos que revoltados manifestam o seu descontentamento.
O objectivo destas perseguições é a criação de estados hindus sob o lema: um só povo, uma religião, uma nação.
As pessoas que abandonaram o hinduísmo têm de se reconverter a custo da própria vida. Os que não aceitam são espancados sem piedade, ou mortos. Milhares de pessoas fogem para as florestas para não serem surpreendidos por estes bandidos que obrigam os cristãos a deixar as localidades e mudar de poiso. “Neste estado não há lugar para vocês”. Milhares de pessoas deixaram tudo e partiram, porque eles não brincam: queimam, violam, destroem e matam. Há um relato de um jovem seminarista que foi enterrado vivo e de irmãs violadas na rua. Cenas da selva instigadas por um fanatismo que cresce…
Segundo um dos chefes do BJP, tudo começou quando o Papa João Paulo II, em visita à Índia, disse que “ a colheita tem que ser abundante”.
Eles interpretaram esta frase como um slogan de proselitismo. Sem distinguir católicos de protestantes ou de seitas evangélicas, tudo o que é cristão é um alvo e o máximo destes sentimentos explodiu em Orissa, quando um pastor protestante australiano foi queimado vivo com os seus dois filhos. A actividade das igrejas cristãs causa inúmeros ciúmes aos hindus. Não suportam a caridade, as escolas, os hospitais e o cuidado dos pobres. O grande mentor dos fanáticos (o Papa dos Hindus) foi assassinado em 23 de Agosto passado pela guerrilha maoista, que reivindicou o acto. Foi a desculpa que faltava para o começo de uma perseguição terrível e bem orquestrada dirigida contra os cristãos.
Ontem, um amigo padre de Goa a trabalhar na fronteira com o nosso Estado, a 100 km daqui, telefonou-me a pedir união de orações, porque os fanáticos anunciaram que iriam atacar a sua igreja durante a noite. Hoje o telefone não responde e não sei o que pode ter acontecido.
Aqui, no nosso Estado de Andhra Pradesh, o partido no poder herdeiro de Gandhi é muito respeitador de todas as religiões e, mesmo nas famílias, há diferenças religiosas sem qualquer tipo de conflitos religiosos. Nós podemos circular livremente e trajar hábito religioso em púbico sem problemas. As Missionárias da Caridade – Irmãs da Madre Teresa, como lhes chamam aqui – são muito apreciadas e os hindus competem para pagar as refeições do hospício para idosos e meninos da rua, que fazem como presente de aniversário. Diga-se de passagem que os hindus não são propensos à violência, praticam a caridade que, para eles, é indispensável para conseguir a vida eterna (mokza) e estima os cristãos.
Portanto, o problema vem dos fanáticos radicais que também são poderosos, porque estiveram no poder até 2003 e saíram porque tudo o que sabiam fazer era construir templos. Continuam a acusar os missionários estrangeiros de fazerem conversões forçadas do hinduísmo a troco de dinheiro.
Ontem, estivemos numa marcha pela paz e hoje a polícia anda à procura de informações sobre nós… na hora em que estou a escrever, eles foram ao nosso Noviciado perguntar por missionários estrangeiros… eles lá sabem para quê.
O nosso relacionamento na cidade é muito cordial e pacífico. Estamos a começar o nosso trabalho pastoral, pois há uma capela que estamos a construir numa zona com trinta famílias católicas. À nossa volta há dois bairros de barracas e estamos a trabalhar com as pessoas, para conseguirem construir as suas casas. Visitamos regularmente e muitas vezes, temos que ir ao hospital ou intervir para conseguir por as crianças na escola. Antes do Natal, vai-nos ser confiada uma pequena paróquia onde os jovens padres indianos poderão fazer pastoral. Portanto, deste lado, tudo boas notícias. O Sagrado Coração tem-nos abençoado pelas vocações e pelo nosso ministério.
Continuem a rezar pela paz e para que cessem as perseguições!
Vivat Cor Iesu!
Um grande abraço,
Pe. Pedro Coutinho, scj
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Pe Pedro
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PL
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Assine aqui a Petição para a Revisão da Lei do Aborto, se ainda não o fez.
E visite o blog Portugal pro Vida para outras informações sobre este tema.
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MAC
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Gonçalo Portocarrero de Almada - Público, 20080920
Quer uma relação para toda a vida? Faça um contrato de trabalho, mas não case! A disparatada ideia de um matrimónio indissolúvel esteve em voga nos últimos dois mil anos. Modernamente, achou-se que era muito monótono um casamento para sempre e, por isso, inventou-se o casamento a prazo, ou seja, precário.Ao princípio, a lei entendia dever proteger os interesses dos filhos e do cônjuge contra os quais era pedido o divórcio. Mas como um tal conceito de culpa ou de responsabilidade parecia contrário à moralidade laica, entenderam agora os deputados que o matrimónio deve ser revogável em qualquer caso, mesmo a pedido do cônjuge faltoso. Esta moderna liberdade democrática mais não é, portanto, do que uma nova versão do antigo repúdio.A possibilidade do despedimento do cônjuge, sem necessidade de nenhuma razão, não tem contudo paralelo na legislação laboral, onde se exige que a entidade patronal seja mais respeitosa dos direitos dos seus assalariados. Quer isto dizer, em poucas palavras, que o patrão pode agora mandar bugiar a sua patroa sem necessidade de se justificar e até mesmo depois de a ter sovado, mas já não pode despedir com a mesma liberalidade a sua secretária, pois, para um tal desatino, a lei exige-lhe uma justa causa. A incongruência entre os dois regimes legais é de feição a concluir que o Estado prefere as empresas às famílias; ama mais o lucro do que a moral. Mas também ensina que quem quiser uma duradoira relação pessoal deve optar pelo contrato de trabalho e nunca pelo matrimónio, do mesmo modo como quem pretenda um vínculo contratual facilmente rescindível deve casar-se e nunca enveredar por um contrato laboral. Quer estabelecer uma relação estável, com uma pessoa do outro sexo, contando para o efeito com todas as garantias legais? Pois bem, estabeleça com essa pessoa um contrato de trabalho e fique descansado, porque o Estado vai assegurar o fiel cumprimento desse pacto, ao contrário do que aconteceria se com ela casasse, porque o matrimónio é um vínculo tão precário que nem sequer se necessita nenhuma razão para proceder à sua extinção. Se o problema é, pelo contrário, conseguir uma pessoa que assegure o serviço doméstico, sem perder a possibilidade legal de a despedir se a sua prestação não for satisfatória, mesmo que a lei não contemple esse caso para a rescisão do respectivo contrato laboral, a solução é simples: recorra a uma pessoa do outro sexo e case-se com ela, pois mesmo que não tenha qualquer razão que justifique legalmente o seu despedimento, o Estado garantirá a possibilidade de dela se divorciar quando e como quiser. Quer uma relação para toda a vida? Faça um contrato de trabalho, mas não case! Quer uma relação precária, de que se possa desembaraçar quando quiser e sem necessidade de nenhuma causa justa? Case, pois não há vínculo jurídico mais instável no sistema jurídico português! Moral desta história imoral: empregue a pessoa que escolheu para parceiro de toda a sua vida e case com a sua mulher-a-dias!
Sacerdote, licenciado em Direito e doutorado em Filosofia
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Enquanto se procede a obras de melhoramento no hemiciclo em S. Bento, os trabalhos desta legislatura prosseguem provisoriamente na belíssima Sala do Senado que para o efeito foi remodelada. Além da ausência do barrete frígio, compraz-me saber que os nossos depreciados deputados da república actuem, mesmo que temporariamente, sob a vigilante figura do rei D. Luís (o popular) imponentemente representado na cabeceira da sala.
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Enquanto se procedem a obras de melhoramento do hemiciclo em S. Bento, os trabalhos desta legislatura prosseguem provisoriamente na belíssima Sala do Senado que para o efeito foi remodelada. Além da ausência do barrete frígio, compraz-me que os nossos depreciados deputados da republica actuem, mesmo que temporariamente, sob a vigilante figura do rei D. Carlos, um dos nossos últimos grandes chefes de estado, imponentemente representado na cabeceira da sala.
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Pois, que querem?
Não me dá para escrever…
Assim, com a alma um pouco triste.
Se aqueles a quem amamos não estão bem,
como podemos nós estar bem?
E são tantos, Senhor, os que,
por ora, não parecem estar bem!
É preciso, no entanto,
que estejamos por inteiro,
e permaneçamos assim,
não excluindo um átimo de vida,
para podermos,
pelo tudo e pelo nada,
Louvar a Deus,
que nos anima a prosseguir.
Conheço algumas companheiras
e companheiros de viagem
que têm sido bravos,
nisto de se darem por inteiro
ao que Deus lhes dá,
e que acabam por brilhar para nós
(os que vamos ainda, apenas, a ¾ ou outros avos tais):
‘Para ser grande, sê inteiro:
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago
A lua toda brilha,
Porque alta vive.’ (Ricardo Reis)
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Há falta de informação sobre a eficácia dos tratamentos e das suas repercussões psíquicas
No ano passado nasceram em Espanha sete mil crianças com técnicas de reprodução assistida. Um facto que começou por ser uma prática isolada está a converter-se num recurso frequente. Enquanto a tecnologia continuar a avançar e os casais estiverem dispostos a dar tudo para terem um filho, vale tudo. A falta de informação sobre a eficácia dos tratamentos e das suas repercussões psíquicas, aliada a uma legislação quase sem limites, jogam a favor de um negócio florescente.
Assinado por M. Ángeles Burguera Data: 23 Agosto 2008
Enquanto nos Estados Unidos já há bastante tempo que se falava de um negócio (cf. Aceprensa 40/07), na Europa começam a ouvir-se mais vozes críticas, trinta anos após o nascimento da primeira bebé-proveta na Grã-Bretanha.
Da pílula ao bebé proveta. Escolhas individuais ou estratégias médicas?: é o título de um estudo apresentado recentemente em Paris e que analisa a dura experiência dos casais submetidos a processos de fecundação in vitro (FIV).
Annie Bachelot, psicossocióloga do Inserm e autora de uma parte desta investigação afirma: "É uma autêntica corrida de obstáculos. A FIV, pelo seu sistema de trabalho, impõe obrigações muito pesadas, tratamentos dolorosos e um alto risco de fracasso; alguns sentem que se está a instrumentalizar o seu corpo: as mulheres porque se convertem numa máquina de produzir ovócitos, e os homens porque se vêem reduzidos a simples dadores. Muitos insurgem-se contra este tipo de medicina, que classificam de veterinária, demasiado estandardizada e anónima".
Mais fracassos que êxitos
As consequências negativas também provêm da falta de informação sobre os índices de fracasso das técnicas. "Depois de cada ciclo de FIV, mais de 25% dos casais abandonam o processo e muito poucos ultrapassam a quarta tentativa". Entre os que continuam, pode dar-se uma espécie de fuga para a frente, às vezes inclusivamente encorajada pelo médico, embora em muitos outros casos também seja refreada. Chegados a este ponto, é habitual orientar os pacientes para a consulta de psiquiatria: porque parece que estão a arriscar mais que o simples desejo de ter um filho", afirma Bachelot.
A realidade francesa, semelhante à espanhola, revela que "há pouca informação sobre a taxa de êxito nas técnicas de fecundação in vitro. As clínicas apresentam percentagens de 20 a 30 por cento", afirma o doutor Guillermo López, director de Ginecologia da Clínica Universitária de Navarra. "Na medicina, uma técnica com um índice de 70% de fracasso não deve ser admitida nem usada. Mas neste sector vale tudo. Como as famílias procuram desesperadamente ter um filho, aceitam tudo o que lhes oferecem: todas as novidades, todos os suplementos que lhes podem dar mais garantias de êxito. E assim, todo o processo técnico se torna mais caro: uma indústria muito rentável e com imensas possibilidades de progresso".
Efeitos psíquicos
Na opinião de Guillermo López, estas técnicas têm repercussões psíquicas nas pessoas que a elas se submetem não só quando não há êxito - com a FIV há muitos abortos espontâneos, que geram sempre grande frustração -, mas até quando existe descendência. "Embora nesta clínica não façamos reprodução assistida por motivos éticos, chegam às nossas consultas bastantes casais com dramas terríveis, tanto pelos fracassos da técnica como pelo facto de saberem - mesmo depois do êxito - que possuem embriões congelados e que, se não quiserem ou não puderem enfrentar uma nova gravidez dentro de cinco anos, têm que decidir o destino a dar-lhes. Outro elemento que também tem influência na dificuldade de ter filhos é a idade dos pais. A média da idade da primeira maternidade entre as mulheres espanholas era de 29,3 anos em 2005 e mais de metade dos primeiros partos (56,1%) correspondia a mães com mais de 30 anos. "Isto é uma brutalidade, porque significa que muitas mulheres têm os filhos depois de fazerem 35 anos ", explica Margarita Delgado, demógrafa do Conselho Superior de Investigações Científicas de Madrid (El País, 24-11-2007).
Depois do boom da contracepção das quatro últimas décadas, segue-se agora o extremo oposto: a reprodução sem sexo e a toda velocidade. A mesma sociedade que atrasa os nascimentos por motivos laborais ou sociais acaba por ver na infertilidade um tipo de limitação e está disposta a pagar a gestação por um alto preço - entre 3 000 e 6 000 euros por ciclo -, desde que se assegurem e se esgotem todas as possibilidades.
A ausência de filhos, mesmo nas mulheres que vivem sós, é vista como uma inferioridade. Impõe-se, portanto, a corrida à gestação, mesmo com a sensação de se estar a converter o próprio corpo num mero instrumento.Em muitos casos falta paciência para esperar a chegada da concepção. E falta também o conhecimento de outras possibilidades. "Em bastantes centros de reprodução assistida oferecem-se técnicas in vitro com prazos breves, seis ou doze meses depois da primeira consulta. A micro cirurgia tubárica, por exemplo, que se usa para a reconstrução de estruturas, tem uma taxa de 70% de êxito na gravidez, muito superior à da FIV. Há muito pouca informação acerca de tudo isto ", comenta o director de Ginecologia da Universidade de Navarra.
E por que não "mães de aluguer"?
Na corrida dos casais à descendência, além das motivações pessoais, há também a influência do marketing das clínicas de fertilidade. Existe um negócio crescente à volta da doação de óvulos, que costuma ser o grande recurso no caso de a mãe ter mais de 40 anos. Apesar de a legislação espanhola não autorizar a venda de óvulos, a compensação à dadora pelos incómodos causados pode chegar a mil euros por processo. Este facto contribui para que em Espanha haja bastante mais doações que noutros países, como em França, onde não é permitido pagar. Além disto, oferecem-se serviços de congelação de espermatozóides e de óvulos.
Também se verifica uma crescente tendência a ampliar o tipo de clientela da fecundação assistida e a admitir técnicas que a princípio se rejeitavam sem qualquer dúvida. Nos começos, a fecundação assistida destinava-se apenas a casais com problemas de fertilidade. Mas rapidamente se estendeu também a mulheres sozinhas, sem nenhum problema reprodutivo, excepto o de não ter parceiro ou de serem lésbicas (é assim em Espanha, embora isto não seja aceite em países vizinhos como França e Itália); na Andaluzia já se anunciou inclusivamente que os serviços de Saúde Pública irão financiar este desejo reprodutivo de mulheres que vivem sozinhas para que nenhuma fique discriminada (ver Aceprensa 69/08).
Um filho a qualquer preço está também a contribuir para dar uma perspectiva favorável a práticas que em princípio eram rejeitadas por se considerarem indignas. Por exemplo, a legislação espanhola não permitia a existência de "mães de aluguer". Mas no início de Julho de 2008, os especialistas europeus reunidos em Barcelona no XXIV Encontro Anual de Medicina Reprodutiva já solicitaram a legalização em Espanha das mães de aluguer. Segundo Anna Veiga, médica do Centro de Medicina Regenerativa de Barcelona, "valeria a pena despenalizar este processo, embora se devesse aplicar de modo pormenorizado", não por motivos estéticos ou utilitários, mas por motivos médicos.
A linha de fronteira é difícil de marcar, tanto aqui como noutras técnicas já generalizadas. Nalguns países recorre-se a barrigas de aluguer quando há células germinais de um casal, mas falta o útero, como consequência de uma extracção cancerosa. Uma vez realizada a fecundação in vitro, o embrião resultante transfere-se para um útero contratado para prosseguir a gestação.O recurso a mães de aluguer já é tolerado na Bélgica e nos Países Baixos, e está autorizado no Reino Unido, Canadá, Grécia e Estados Unidos. É possível encontrar anúncios com ofertas deste tipo na Internet, na área denominada turismo reprodutivo. Com esta prática, acrescenta-se uma condição à busca genérica de descendência: assegurar que a criança tenha os genes dos seus pais.A possível legalização das mães de aluguer, que actualmente se debate no Senado francês, levantou também vozes de alarme. O ginecologista René Frydman, que admite e pratica a fecundação artificial, adverte (Le Monde, 30-06-2008) que se está a valorizar mais o aspecto genético que a paternidade "de intenção", isto é, a que está presente em fórmulas como a adopção, ou inclusivamente na doação de gâmetas.
Os que se opõem à maternidade de aluguer consideram que as mulheres que são pagas para se porem ao serviço de casais inférteis estão a prostituir-se e que os filhos vão ficar prejudicados. "A gravidez não consiste apenas em trazer dentro de si um bebé, é uma experiência fundamental que envolve os dois protagonistas: a futura mãe e o filho em gestação. Ainda estamos nos começos da descoberta da complexidade e riqueza da interacção entre a mãe e o bebé no útero", afirma Frydman, ao mesmo tempo que recorda o esforço psíquico que terá de fazer uma mãe de aluguer para não ficar vinculada pelos laços que se criam entre ambos.
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Não se trata de não fazer nada
Trata-se de mudar,
mudar de ares, mudar de cheiros
brincar e o mar cheirar...
Não se trata de fazer o que se quer
já lá vai o tempo que nada se fazia
é-se feliz sem saber...
a fazer o que ninguém faria...
É o sorriso dos miúdos
as gargalhadas o seu saltar
que fazem a gente grande
sem medos feliz ficar
E ficamos mesmo assim
contemplando a brincadeira
cada conquista cada salto
que enche uma vida inteira
E aqueles momentos há
em que apetece o silêncio
em que apetece a solidão
(no meio da confusão)
e nesses instantes percebo
que não sou eu a escolher
e que isto me descentra
daquilo que é o meu querer.
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A imprensa australiana continua impressionada com o êxito da Jornada Mundial da Juventude em Syney, e com as marcas que deixou a religiosidade alegre dos jovens que participaram.
Assinado por Aceprensa Data: 6 Agosto 2008
“Como diria o Antigo Testamento, foi uma semana de Revelações”, escreve The Daily Telegraph (21-07-08), de Sydney. O jornal chama a atenção para “a extraordinária eclosão de boa vontade que vimos nestes dias”, e que afectou tanto os residentes de Sydney como os visitantes.
“Quando peregrinos de todo o mundo chegaram ao estado, os lares e os corações abriram-se à experiência de acolher jovens das mais diferentes culturas e ficar a conhecer os seus costumes. Por sua parte, eles nunca deixaram de mostrar a sua alegria, a sua generosidade e o seu optimismo, tendo presente que também os que partilham a sua fé estavam incluídos nestas celebrações abertas a toda a Austrália”.
Ao falar do ambiente destes dias, o diário assinala que “a ameaça de protestos contra a Jornada nunca se concretizou, a forte presença policial foi desnecessária e por sua vez a politiquice ficou à margem e o estado assumiu o seu papel de ser o anfitrião do mundo.”
Agora que o Papa regressou a Roma, “esperamos que deixe atrás de si um pouco dessa boa vontade que se espalhou durante a sua visita. Esse resultado responderia a todas as nossas orações.”
Um contraste chamativo
A alegria e a amabilidade de milhares de jovens católicos “acabaram por derreter o coração cínico de Sydney”, escreve Miranda Devine no The Sydney Morning Herald (24.07.08), que dá exemplos como os dos condutores dos autocarros, que, apesar de terem acabado o seu turno, recolhiam jovens que tinham ficado sós sem transporte, ou das famílias que espontaneamente ofereciam os chuveiros das suas casas aos visitantes acampados nas escolas da vizinhança.
“Católicos ou não, a grande maioria das pessoas quer encontrar amor e bondade nas suas vidas, e o contraste ente as caras radiantes dos peregrinos e as máscaras crispadas dos difamadores que lançavam preservativos dava nas vistas. Nem tudo é o que parece”.
Para muitos habitantes de Sydney, foi uma descoberta esta nova geração de jovens. “Não era a lendária juventude de bebedeiras, drogas e doenças sexualmente transmissíveis, mas sim um grupo de pessoas sociáveis, maduras e que abraçavam sem complexos o renascer de uma fé ortodoxa no século XXI”.
Num país como a Austrália, que passa por ser um dos mais secularizados, a experiência da Jornada da Juventude demonstrou que a religião interessa. Tony Abbott, que escreve no The Australian (22-7-08), destaca-o assim:
“Aos australianos não nos surpreende que dezenas de milhares de pessoas viagem por meio mundo para ir aos Jogos Olimpícos, porque sempre temos olhado para o desporto com devoção religiosa. Mas rara vez nos entusiasmamos com a religião. Por isso a presença de mais de 100.000 jovens vindos para a Jornada Mundial da Juventude foi um choque cultural. Tinham-nos dito que a religião era para velhos, não para jovens e estudantes universitários”.
A religião interessa
“Nunca até agora uma cidade australiana foi testemunha de tal manifestação de exuberância popular religiosa”, escreve Abbott. “O êxito extraordinário da Jornada Mundial da Juventude surpreendeu muitos (…) Inevitavelmente haverá a tentação de considerar a JMJ como produto de um excesso de turistas religiosos, uma fugaz interrupção do secularismo habitual. Mas creio que seria um erro. Pela primeira vez desde que os australianos de origem irlandesa perderam o sentimento de pessoas desamparadas, a JMJ considerou boa sua paixão de ser católico.” “Por uns dias, os católicos saíram do gueto mental em que muitos se tinham encerrado e é improvável que tornem a estar na defensiva e sem oferecer resistência”.
Abbott pensa que isto poderia ajudar os pragmáticos australianos a “compreender que a religião pode ser importante para seu próprio benefício”; e se “as boas notícias sobre a religião podem monopolizar as primeiras páginas durante uma semana, talvez os meios de comunicação pudessem reconsiderar a quase total supressão do jornalista de informação religiosa”. Ao menos por uma semana, “os australianos parecem ter aceite que o interesse por Deus está ‘gravado nas nossas almas’, como disse Bento XVI. Por uma semana, a religião foi associada ao puxar pelo melhor e não pelo pior das pessoas”.
O articulista assinala que desta vez a imprensa “pôs o foco da atenção nos ensinamentos da Igreja, não nas suas falhas. E não há dúvida que o Papa aproveitou brilhantemente esta oportunidade. As suas intervenções não se centraram em denunciar o pecado, mas sim em celebrar a vida”. A JMJ “foi também o triunfo do cardeal Pell, ainda que “não seja dos que procuram a popularidade destacando o trabalho da Igreja com os pobres e minimizando a necessidade do esforço pessoal e da importância dos sacramentos. Pell é um homem cortês, de oração, um sacerdote com zelo pastoral, mas também com o instinto do chefe guerreiro de que a Igreja necessita numa cultura profundamente secularizada.
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Se perguntarmos ao comum dos mortais se é a Terra que anda à volta do Sol ou o Sol que anda à volta da Terra, é-nos dada invariavelmente e sem qualquer hesitação a primeira afirmação como certa e a segunda como errada. No entanto, qualquer especialista na matéria confirmará, também sem qualquer hesitação, que isso é falso.
Baseado no sistema de Copérnico, Galileo afirmava que o Sol se encontra imóvel no centro do Universo e qua a Terra, bem como os outros planetas, se movem à sua volta. Ora, não só o Sol não se encontra no centro do Universo, como não existe um único corpo em todo esse Universo que se mova à sua volta.
O que acontece realmente é que a Terra e o Sol giram ambos à volta dum ponto imaginário do espaço, a que se dá o nome de centro de massa do sistema Terra-Sol. A única razão pela qual nos possa parecer que a Terra roda em torno do Sol, deve-se ao facto deste ser muito mais pesado que a Terra, o que coloca o tal centro de massa do sistema muito próximo do centro do Sol. Tivessem os dois um peso (em bom rigor deve dizer-se “uma massa”) semelhante e vê-los-íamos a girar em torno um do outro, como duas pessoas colocadas em pontos opostos dum carrossel.
De facto, a bem do rigor, não nos podemos limitar ao sistema Terra-Sol e teremos de considerar a totalidade do Universo, onde cada corpo se move sob a influência de todos os outros, num bailado de extrema complexidade. É interessante também percebermos que é hoje aceite, com Einstein, que não existe nenhum ponto privilegiado em todo o Universo e é tão verdadeiro (ou falso) dizer que a Terra anda à volta do Sol, como dizer que o Sol anda à volta da Terra.
Temos portanto que a única verdadeira contribuição de Galileo em todo este processo é a de que não há qualquer razão de peso para afirmarmos que a Terra se encontra imóvel no centro do Universo. E isto apenas numa perspectiva puramente mecânica, porque está ainda por determinar se não será a Terra o ponto privilegiado de onde irradiará no futuro toda a vida, inteligência, cultura ou espiritualidade do Universo.
É evidente que à época não se conhecia nada disto e os “erros” de Galileo são absolutamente admissíveis, não invalidando em nada o seu valor como cientista (pese embora o facto de ele se ter aqui apoiado mais numa “grande fezada” do que num verdadeiro trabalho científico).
O que já não considero em nada admissível é que se continue, nos dias de hoje, a afirmar peremptoriamente algo que se sabe ser errado. Porque é que se insiste em transmitir recorrentemente este erro aos alunos da escola, está ainda por esclarecer. Provavelmente só a História o virá a fazer, a seu tempo.
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Mas vivos para nós e para os outros
- da filosofia do Projecto Homem -