quarta-feira, 23 de julho de 2008

A galinha e o ovo

A questão da primazia não se põe em política, mas da política adoptada pelas galinhas depende o futuro do ovo… e da criação. Sabemos que as galinhas não escolhem, são escolhidas, e se as deixarmos cumprirão instintivamente o seu destino. Mas connosco não é assim, somos nós que escolhemos e por isso temos a obrigação de saber que dessas escolhas derivam consequências melhores ou piores para a vida de todos e de cada um.
Por exemplo, quando em nome da igualdade de oportunidades (que não tem correspondência na sociedade) optamos pela eleição do chefe de estado, temos que aceitar que os portugueses que não votaram no eleito não se sintam representados por ele. Como corolário também não podemos esperar que um presidente da república consiga unir ou mobilizar a comunidade, seja para o que for.
Isto vem a propósito das recentes intervenções de Cavaco Silva exortando os portugueses a unirem esforços no combate à crise económica (e social) que nos atrasa e torna cada vez mais periféricos.
Mas a crise é antes do mais política e nessa não se atreve Cavaco a falar. É uma crise de representação, mas é também uma crise de valores, e já não se sabe qual delas começou primeiro! O mais provável é que tenham começado ao mesmo tempo.
Como a história da galinha e do ovo não é tempo para discutir isso agora, pois a realidade está aí e exige soluções. Delas depende o futuro de Portugal.
Neste contexto, Cavaco faz parte do problema, não faz parte da solução.

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