sábado, 5 de julho de 2008

Georges Bernanos (1888-1948)

Ainda antes de acabar o dia, deixo aqui um nome: Georges Bernanos.



Escritor católico françês, com obra públicada a partir da decada de 20 do século passado, diz com grande lucidez e compreensão, nos seus livros e pela boca dos seus personagens, os contrastes que marcam o coração de cada um de nós: A angústia, o medo da morte, e a Esperança; a raiva e a ternura; a fragilidade do homem e os seus limites dolorosos e a Graça de Deus que tudo pode; o orgulho e a ferida de sempre, e o desejo de recuperar a limpidez da infância que há-de finalmente deixar "ver a Deus"...



Faz hoje precisamente 60 anos da sua morte, a 5 de Julho de 1948.



Certamente que Deus tem junto de Si aquele que pelo seu trabalho, vivido sobretudo como vocação, pelas suas escolhas e palavras- não raras vezes violentas e polémicas- em procura da Verdade, e pelo amor aos homens e à Igreja, não deixou de O desejar, e de n'Ele afirmar o seu olhar e a sua Esperança...



"Há algumas semanas atrás parti para o Paraguai, esse Paraguai que o nosso dicionário Larrousse, de acordo com o Bottin, qualifica de Paraíso Terrestre. Não encontrei por lá o Paraíso Terrestre, mas bem sei que não deixei de o procurar, que o procurarei sempre, que sempre procurarei esta estrada perdida, apagada da memória dos homens. É provavel que eu pertença, por nascimento a esse povo da espera, à raça que nunca desespera, para a qual o desespero é uma palavra desprovida de sentido, análoga à palavra nada. E somos nós quem tem razão!" (GB, Nous autres Français, 1939).




N.B. A não deixar de ler, do mesmo autor, o "Diário de Um Pároco de Aldeia",1936, traduzido para o Português e editado pela Verbo -colecção Livros RTP- em 1972.