domingo, 16 de setembro de 2007

Para que a gratidão abençoe o tempo presente...

Um século depois da derrota de Lepanto (1571), os turcos tentam de novo, em 1683, dominar a Europa ocidental, desta vez por via terrestre. Maomé IV coloca o estandarte de Maomé nas mãos de Cara Mustafá, fazendo-o jurar defendê-lo, se necessário fosse com o custo da sua própria vida.O Grão Vizir leva consigo 300 000 homens e promete tomar Belgrado, Buda(peste), Viena, pretendendo avançar depois sobre Roma e tomar São Pedro.
Em Agosto desse ano, um frade capuchinho italiano, Marco de Aviano, que virá a ser beatificado por João Paulo II, é nomeado grande-esmoler das armas cristãs. A pequena ‘estória’ vê nele o criador do ‘capucino’, mas a história reconhece-o, sobretudo, como o homem que conseguiu convencer o rei da Polónia a vir em socorro da cidade imperial com os seus 40 000 homens. A cidade estava cercada desde 14 de Julho (!) e a sua rendição estava por horas. A relação de forças era desfavorável aos cristãos, mas Viena confiava-se à intercessão da Virgem Maria sendo a sua imagem erguida em todos os estandartes. Sobre o Kahlenberg, que domina a parte norte da cidade, o pe Marco celebra Missa, servido pelo rei Sobieski e perante o exército disposto em semi-circulo. O capuchinho entusiasma as hostes prevendo uma vitória inaudita. Ao terminar a Missa em vez de dizer as palavras litúrgicas ‘it Missa est’ grita ‘Ioannes vinces’-‘Jan vencerá!
Então, as tropas conduzidas pelo rei da Polónia, João III Sobieski, e pelo duque Carlos de Lorena atacam os otomanos ao romper da aurora de 11 de Setembro (!). Um sol esplêndido espelha-se sobre os dois exércitos de quem depende a sorte da Europa. Os sinos da cidade soam desde a manhã. As mulheres e as crianças rezam nas igrejas, implorando a ajuda de Nossa Senhora. Pela tarde, o estandarte do Grão Vizir cai nas mãos de Sobieski. Na manhã seguinte, entra na cidade em jubilo e vai assistir à Missa e ao Te Deum na Igreja de N. Srª do Loreto a quem atribui a vitória. Mas também o Papa atribui a vitória à intercessão de N. Srª. Como sinal de devoção Inocêncio XI institui assim a festa em honra do Santíssimo Nome de Maria. Esta será estendida a toda a Igreja sendo S. Pio X a fixá-la a 12 de Setembro, dia da celebração do aniversário da vitória. Todavia, tal celebração será retirada do calendário com a reforma litúrgica de 1970. Porém, o Papa polaco, aquando da reedição do Missal Romano, restabelece-a de novo nesta data. Em Março de 2002. Por providencial coincidência, alguns meses depois dos atentados de Nova Iorque.

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