Prisão de Paços Ferreira...
Na manhã de 13 de Abril de 2008 o guarda prisional recolheu um paqueno saco de plástico dado pelo enfermeiro e colocou-o em cima da mesa, na sala asséptica defronte da enfermaria. O saco continha uma grama de heroína e uma quarta de cocaína, depois de devidamente controlada pela equipa médica. Ao lado, no canto superior esquerdo da mesa, repousava uma seringa. Depois, autorizado pelo enfermeiro, o guarda prisional dirigiu-de ao altifalante e chamou o 201. Passados cinco minutos o 201 cumprimentou o enfermeiro, e este perguntou-lhe como estava. Disse-lhe que tinha dormido mal e o sanitário respondeu-lhe que estava tudo pronto, se os braços estavam lavados, se não havia hematomas, nem restos de sangue. Fê-lo entrar na sala, o 201 sentou-se à mesa, abriu o saco de plástico, preparou a mistura, procurou o golpe, mas o gesto tornou-se insuficiente. Perante o fracasso, tocou a campainha que estava ao alcance da mão e, passados segundos, na sala asséptica, entrou o médico de serviço de bata asséptica. Este, perante a ânsia do 2001, amarrou o garrote com mais força, procurou com minúcia, encontrou e desferiu a carga. Um quarto de hora depois, o 201 disse ao médico que "a branca" não era da melhor, que há quinze dias se sentia assim. O médico acedeu, disse que sim, era do lote antigo, na próxima semana dos Serviços Centrais chegava uma com um grau de pureza maior, que para o seu caso já tinha feito a requisição. Antes do 201 sair, o enfermeiro entrou na sala, lavou-lhe o braço, recolheu o saco de plástico e a seringa solta, e com um pano limpou a mesa com umas luvas assépticas, e disse ao guarda prisional que agora a seguir podia chamar o 414.
1 comentário:
Tremenda antevisão!
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