Foi ontem...
28 de Setembro contra o ‘inevitável’!
A história é escrita pelos vencedores que uma vez chegados ao poder justificam o lance com a inevitabilidade dos acontecimentos! A ideia é perigosa e pretende fazer crer que o dia de amanhã será sempre melhor que o de ontem! Assim, e no limite, só para citar dois exemplos, a bomba de Hiroshima tornou-se inevitável e a invasão do Iraque também! E o mundo ficou melhor, conclui o mesmo raciocínio!
Contra esta lógica, contra os chamados ‘ventos da história’, se rebelaram num dia 28 de Setembro de 1974 muitos portugueses, a maior parte eram jovens, que não queriam abdicar do sonho de um Portugal ultramarino. Por serem jovens não pensavam em si, sentiam-se responsáveis pelas populações africanas, temiam uma catástrofe. Só isso.
Foram a jogo e perderam.
Ganharam os que hoje se sentam no Parlamento, os que ocupam as magistraturas, os que ao longo de trinta anos se instalaram em Belém.
O Atlântico foi trocado por Bruxelas; as inevitáveis guerras civis aconteceram em todos os territórios que administrámos durante séculos; e até naqueles, como Timor, onde não existia a sombra de qualquer conflito, conseguiram os vencedores de Setembro de 74, ali semear a guerra e a discórdia!
África é hoje um continente assolado pela fome e pela destruição...sem fim à vista! As populações que foram enganadas, ou pura e simplesmente obrigadas a aceitar as ‘actuais independências’, abandonam o continente em massa, arriscando a morte na viagem!
Era também contra isto que aqueles jovens se manifestavam, agrupando-se para o efeito em pequenos partidos de que hoje poucos se lembram, que o tempo injustamente esqueceu.
Nada tenho contra o desenvolvimento, contra a verdadeira independência, mas pergunto, se era este o inevitável desfecho daquele dia em que lutámos contra o ‘inevitável’!
Publicado no Interregno em 28 de Setembro de 2006.
A história é escrita pelos vencedores que uma vez chegados ao poder justificam o lance com a inevitabilidade dos acontecimentos! A ideia é perigosa e pretende fazer crer que o dia de amanhã será sempre melhor que o de ontem! Assim, e no limite, só para citar dois exemplos, a bomba de Hiroshima tornou-se inevitável e a invasão do Iraque também! E o mundo ficou melhor, conclui o mesmo raciocínio!
Contra esta lógica, contra os chamados ‘ventos da história’, se rebelaram num dia 28 de Setembro de 1974 muitos portugueses, a maior parte eram jovens, que não queriam abdicar do sonho de um Portugal ultramarino. Por serem jovens não pensavam em si, sentiam-se responsáveis pelas populações africanas, temiam uma catástrofe. Só isso.
Foram a jogo e perderam.
Ganharam os que hoje se sentam no Parlamento, os que ocupam as magistraturas, os que ao longo de trinta anos se instalaram em Belém.
O Atlântico foi trocado por Bruxelas; as inevitáveis guerras civis aconteceram em todos os territórios que administrámos durante séculos; e até naqueles, como Timor, onde não existia a sombra de qualquer conflito, conseguiram os vencedores de Setembro de 74, ali semear a guerra e a discórdia!
África é hoje um continente assolado pela fome e pela destruição...sem fim à vista! As populações que foram enganadas, ou pura e simplesmente obrigadas a aceitar as ‘actuais independências’, abandonam o continente em massa, arriscando a morte na viagem!
Era também contra isto que aqueles jovens se manifestavam, agrupando-se para o efeito em pequenos partidos de que hoje poucos se lembram, que o tempo injustamente esqueceu.
Nada tenho contra o desenvolvimento, contra a verdadeira independência, mas pergunto, se era este o inevitável desfecho daquele dia em que lutámos contra o ‘inevitável’!
Publicado no Interregno em 28 de Setembro de 2006.
8 comentários:
Ai você é que era a maioria silenciosa?
Enfim encontrada! Muito prazer em conhecê-lo.
Parabens. Está por reflectir com inteireza e inteligência o significado de 'virar' o rumo da história deste povo.Como se se dissesse a uma pessoa: a partir de agora vamos dar-te uma nova família...
A maioria silenciosa manteve-se e mantém-se silenciosa, basta reparar no nível da abstenção em cada novo acto eleitoral. Eu não sou muito do género de ficar silencioso, nem naquele tempo, nem antes daquele tempo, nem agora, como se pode ver pela gravura junta.
Mas conheço a importância do silêncio, vale ouro em determinados momentos, no entanto, convém não perder a memória, porque quando a perdemos é sinal que adoptámos a memória de outrém. A tal adopção, que como bem refere o comentário anterior, estamos a sofrer à força. Foi esta a razão do postal - a boa memória.
Saudações monárquicas.
«Ó JSM, onde é que tu estavas no 25 de Abril?» A sério...
Ó Jsm, aqui onde moro já queria ir dormir e estão umas pessoas, neste exacto momento, a comemorar com o Grândola Vila Morena.
Raios, mas vocês não se entendem?
Ou é o Spínola ora é o camarada Vasco. E eu é que tenho de gramar com os vossos recalcamentos!
Mas por que é que não combinam, sei lá, uma partida de Rugby, quiçá no Estádio Nacional - Jamor, para tirar teimas?
E não me desamparam a loja? Já agora!
Obrigado.
Só respondo à primeira pergunta - estava a dormir. E não era sou eu.
De resto - tu?! Grândola, Spínola, Vasco, recalcamentos, rugby, estádio, loja?! A sua loja, claro!
Pronto, já passou.
Não volta a acontecer.
A propósito,lembro uma pergunta que fez uma senhora,que vendia fruta num mercado em Angola,há uns tempos,a uma amiga minha que lá leccionava na altura:"professora,quando é que acaba esta coisa da independência?".Eloquente...
... Mas para as melgas ainda não há nada como o shelltox!
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