sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

A pusilanimidade e o maior drama da humanidade

Referindo-se a uma expressão do general Franco em resposta ao que um dos seus médicos lhe dizia acerca da grande confusão que poderia ocorrer em Portugal, onde poderia vir a correr muito sangue: “Não acredito nisso, os portugueses são muito cobardes”, diz Miguel Alvim, num artigo publicado ontem no jornal Público, que o que é certo é que o mesmo nunca nos testou e conclui que: “O verdadeiro exercício da liberdade faz-se na escola da responsabilidade, ou seja, da escolha e acção bem ordenadas, que só podem ser uma. Daí a dificuldade em não se ser pusilânime”.
Isto é escrito a propósito da maioria que em Portugal e Espanha preferiu um dia ser pusilânime – do latim pusillanime, de alma pequenina – e cobarde não se opôs à prática do aborto em determinadas condições.
Logo na página a seguir do mesmo jornal surge um outro texto escrito por Rui Tavares, intitulado “O maior drama da humanidade”, em que o seu autor escreve que o facto de D. José Policarpo – não deixa de ser desde logo significativo que o autor se refira ao Cardeal Patriarca como “José Policarpo” - na homilia do Dia de Natal designar o ateísmo como o maior drama da humanidade, só poderá ser entendido se o mesmo estiver a falar apenas para os fiéis e que «…esse é um dos problemas de falar para dentro e, em particular da “viragem europeia” que Bento XVI impôs ao Vaticano. Para poder combater a irreligiosidade na Europa, a prioridade passou a ser a doutrina, em detrimento dos problemas que realmente causam sofrimento à humanidade em todos os continentes».
Continua o mesmo autor, dando mostras claras da sua ignoratio elenchi (ignorância do assunto), que estas preocupações da Igreja não passam senão de discussões acerca do sexo dos anjos, isto é, questões de mera retórica: “…se os europeus virem a Igreja mais preocupada com jogos de linguagem do que com o sofrimento real, acabará por agravar ambos os problemas”.
Assim, está bem de ver, a Igreja “não vai lá” porque “a estratégia está errada”.
Apetece-me dizer: ainda bem que temos o Rui Tavares.
O drama desta gente é que ignora que faça o que se fizer, se for feito sem Deus e sem ser para Deus, mesmo que humanamente se considere um êxito, é sempre mal feito. Cria a ilusão que o homem pode fazer bem sem Deus e outra ainda pior: que aquilo que se faz é indiferente ao destino de cada um.
Fazer bem é escapar à pusilanimidade; é deixar que aconteça em nós o Fiat de outrora, assumindo conscientemente que a nossa grandeza consiste em compreender que “Deus é Aquilo maior que o qual nada se pode pensar”.
Deixar que o Maior conduza a minha vida é fazer Bem!


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