Quem és tu António?!...
Quem és tu António?!
Ouvi-te lançar notas soltas. E pergunto-te quantas vezes rezaste as palavras que dizes? Os pensamentos (sobre tudo!!) que te escorrem à velocidade das audiências.
Quantas vezes já leste os Textos Santos? Quantas vezes já te ajoelhaste? Sim, quantas vezes já reconheceste o teu verdadeiro (pequeno) tamanho?!
Quem és tu para falar da Casa que não visitas?
Balbucias de fora, uma sinfonia desafinada, que faz os deleites do teu tempo. Dos que te entrevistam. Estão soltas as tuas notas. Estão fora do redil! Têm o peso, e a densidade de uma folha de papel ao vento. Não dá segurança tamanha ‘soltura’…
Falas do Papa “conservador”, com o mesmo tom com que comentas a corrupção no futebol! QUEM ÉS TU?!! Vai escrever notas soltas nas margens dos teus livros, resolve com outro papel a tua soltura!
Que sabes tu da dificuldade com que a Igreja convive com a contracepção, com a ideia de família e natalidade? Tu que não convives com Ela!
Quem és tu António Vitorino?!Se não queres entrar, deixa-nos!
10 comentários:
Muito bem Sara!
E, quem és tu Sara? Quem és tu que de tudo e todos sabes?
Quem és tu que tão opinativamente, diligentemente excluis da Casa do Senhor, confundindo-a com outra casa terrena, que feita e governada por homens é igualmente passível de comentários ou críticas?
Felizmente que Deus, infinitamente bom e conhecedor das motivações humanas, não é tão intransigente. afinal, todos somos obra sua e seus filhos!Até mesmo o António Vitorino!
100% de acordo 'anónimo', ainda bem que Deus não é assim!!
Anónimo das 12:24, tenho que confessar que ao ler o seu comentário só me veio à memória a passagem do Apócalipse onde é dito "não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca"...
Valha-nos Deus, que é infinitamente bom!
obrigada lindinha!!
assim já vou ao maravilhoso jantar no dia 7...
Sara:
Parabéns um texto inteligente, de muita verticalidade interior.
Anónima...
ups... anónimo:
RESABIADO - que resabia espantadiço desconfiado
RESABIAR - tomar resaibo,
ter manhas, ser espantadiço (falando-se de animal)
melindrar-se, resentir-se,etc
...nada que o AMOR não ultrapasse, quando pelo menos, Ele é, verdadeiramente desejado.
Bendita seja a infinita misericórdia de Deus,
pela miséria que somos nós.
Não quero ser advogada de nimguém nem da Sra acima.Pergunto no entanto que necessidade tiveram a Rita LM e a Ana de virem envenenar as relações pessoais. A Sara já não tinha dito de sua justica? A ana agora dedica-se a organizar claques no Fora de Estrutura, é iss? Niguém no Vale de Acór pode aconselhar a Rita a ter tento na língua? Vá agora venham insultar-me á vontade. Se possível com passagens Biblicas. (não tenciono responder! Vãs vontades, Rita!
entretanto fora daqui, o blogue continua...
De cristãos MORALISTAS está esse mundo cheio!!! É necessário dar uma nova frescura ao teu discurso: REFRESH! Ainda bem que reconheces, que DEUS não é assim! Pode ser que ainda o António Vitorino nos passe a perna na chegada ao Céu, como o Bom Ladrão.
Kissinhos
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Uma razão fundamental do mal-estar em relação à Igreja provém da sexualidade. Desde o século XVIII, muitos terão iniciado o seu abandono, porque concretamente a confissão, patologicamente centrada no pecado sexual, esmiuçado até à exaustão, começou a ser sentida como invasão indevida da intimidade e ferindo inclusivamente os direitos humanos.
A Bíblia contém, dentro da literatura mundial, um dos mais belos hinos ao amor erótico: leia-se o Cântico dos Cânticos. Desde o início, no Génesis, se diz que a sexualidade é dom de Deus. Segundo a Bíblia, o ser humano não está dividido em corpo e alma, pois forma uma unidade. Na perspectiva cristã, o corpo não é desprezível, pois o próprio Deus assumiu a humanidade corpórea.
A gnose, o maniqueísmo, Santo Agostinho, a lei do celibato dos padres, misogenias, dualismos antropológicos, concepções do poder a reprimir o prazer: eis algumas das causas do mal-estar.
A emancipação feminina e a facilitação da possibilidade de separar actividade sexual e procriação foram determinantes para uma nova vivência da sexualidade.
A Igreja terá sempre dificuldade em ter uma palavra equilibrada sobre temática tão complexa como humana, uma palavra que não seja de bênção para o "vale tudo" nem de repressão da alegria do encontro de liberdades sexuadas.
Mas, sob o nome de Monsenhor Pietro De Paoli, alguém altamente posicionado na Igreja quis reflectir sobre problemas fundamentais dessa Igreja, facilitando a questão, mediante a forma de romance: Vaticano 2035. Trata-se de um cardeal que chega a Papa, depois de ter tido a experiência do casamento, da viuvez, de duas filhas que nem sempre cumprem as regras oficiais, de um cardeal homossexual.
O novo Papa toma apontamentos para uma futura encíclica sobre a sexualidade. Já não se tratará de condenações, mas de compreensão e de apelo a uma caminhada no respeito, no amor, no desejo de progredir em humanidade digna.
Começaria por relembrar o sentido profundo da sexualidade: "o primeiro bem do casamento é o amor." A sexualidade pode e deve ser um lugar privilegiado de humanização e de aprendizagem da unidade do ser humano enquanto corpo e espírito. "É pelos nossos enlaces, união íntima do corpo e do espírito, que compreendemos, talvez da maneira mais próxima, o que significa o amor encarnado."
Seguem-se alguns pontos de referência:
1. Embora a existência humana seja um caminho, devendo cada um responsavelmente examinar em consciência em que etapa se encontra, lembra-se que o exercício da sexualidade humana, antes de formar um laço conjugal, é uma forma não plena de sexualidade. 2. "Os seres humanos não se reproduzem, fazem amor." É importante perguntar de que modo o exercício da sexualidade tem de facto o amor como fruto e de que modo dá fruto; "é certamente um critério de julgamento". 3. O exercício da paternidade e da maternidade responsáveis requer "um diálogo permanente, franco e sincero entre os esposos". Esse diálogo incidirá concretamente nos meios de assumir essa responsabilidade. 4. O homem e a mulher não são posse um do outro. 5. "A sexualidade homossexual é um facto comprovado em todas as sociedades humanas." Que sabemos sobre a sua génese, as suas causas, a sua "natureza"? "Afirmamos que não desejamos julgar nem os comportamentos nem as pessoas: os pontos seguintes permitirão exercer um discernimento sobre o exercício de toda a sexualidade humana, incluindo a homossexual." 6. "O meu corpo não é uma coisa, o corpo do outro não é um objecto." 7. O exercício da sexualidade pressupõe "o respeito mútuo, a confiança e o consentimento de cada um". 8. "A sexualidade realmente humana não pode exercer-se no âmbito do constrangimento, da chantagem ou de uma relação tarifada." 9. O exercício da sexualidade humana é feito de permuta de gestos e de intimidade revelada, "mas pressupõe antes uma troca de palavras". 10. "Violar a palavra dada, quebrar um compromisso, ser infiel são faltas graves."
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A IGREJA CATÓLICA NO LABIRINTO DO SEXO
Anselmo Borges
padre e professor de Filosofia,
DN, 8-Dez-2007
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