terça-feira, 6 de novembro de 2007

"Todos os tempos são de martírio"

Faz hoje um ano que Idalina Gomes, uma leiga missionária portuguesa, e o Pe. Waldyr dos Santos, jesuíta brasileiro, foram assassinados em Moçambique, na Missão de Fonte Boa.
Conheço Fonte Boa por lá ter passado alguns dias há cerca de 8 anos e vi o que significa ser ali missionário, ser testemunha do Bem e da Graça junto daqueles que nada têm, muitos deles nem existência para efeitos civis, nascendo e morrendo sem nunca serem inscritos em qualquer livro do Registo Civil.
Os missionários ali são tudo – padres, freiras, catequistas, mas também amigos, professores, médicos, aqueles que fazem o transporte de doentes, dos mortos para que possam ter um enterro junto dos seus nas respectivas aldeias, … seria impossível continuar a descrição.
A vida e morte dos missionários tem que ser semente, semente para aqueles que continuam a partir por um BEM MAIOR e para aqueles que ficam e que aceitam ser testemunhas do Evangelho no modo como tentam viver o dia a dia, cumprindo, em obediência, em sacrifício e abandono, as solicitações do trabalho, da família e tudo o mais a que vão sendo chamados.
Hoje, no dia em que a Igreja faz memória do nosso Beato Nuno de Santa Maria, o qual, renunciando às honras do mundo, escolheu um caminho de humildade e obediência, para, a exemplo de Cristo, servir melhor os homens, lembro todos aqueles que continuam a doar a sua vida ao serviço dos mais pobres, trabalhando de forma silenciosa pela liberdade e justiça no mundo.

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