Contra a Idolatria
Sede bendito, Deus meu, que me libertaste dos Ídolos
E que fizeste que eu não adorasse senão a Vós somente
e não Isis e Osiris
Ou a Justiça, ou o Progresso, ou a Verdade, ou a Divindade, ou a Humanidade, ou as Leis da Natureza, ou a Arte, ou a Beleza,
E que não permitistes a existência de todas essas coisas que não têm realidade, ou o vazio deixado pela vossa ausência.
Como o selvagem que constrói para si uma piroga e que dessa tábua fabrica ainda Apolo.
E assim todos os palradores de palavras do súperfluo dos seus adjectivos fizeram monstros sem substância.
Mais vãos do que Moloch, mastigador de crianças, mais cruéis e mais ignóbeis do que Moloch.
Eles têm um som mas nenhuma voz, um nome mas nenhuma pessoa.
E o espírito imundo anda por lá, ele que preenche os lugares desertos e todas as coisas vazias.
Senhor, Vós me livrastes dos Livros e das Ideias, dos Ídolos e dos seus sacerdotes,
E Vós não permitistes que Israel servisse sob o jugo dos Efeminados.
Eu sei que Vós não sois um Deus dos mortos, mas dos vivos.
Eu não honrarei os fantasmas e as bonecas, nem Diana, nem o Dever, nem a Liberdade, nem o boi Apís.
E os vossos ‘génios’ e os vossos ‘heróis’, os vossos grandes homens e os vossos super homens, tenho-lhes o mesmo horror que a todos esses desfigurados.
Porque eu não sou alguém livre entre mortos,
Eu existo por entre as coisas reais e obrigo-as a terem-me por indispensável!”
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