quarta-feira, 27 de junho de 2007

A placa giratória

Era um sonho, foi um sonho concretizado na expansão marítima, foi o preço da independência, um plano estratégicamente definido, aceite por todos, garantido e comandado pela Instituição Real.
É hoje uma caricatura, o pesadelo de uma fuga apressada, o troco da servidão, sem plano, sem bússola, ante a resignação geral, sem responsabilidades nem garantias.
A placa giratória gira agora ao contrário, é um contra-senso: importa mão-de-obra barata e exporta mão-de-obra barata, só que esta última somos nós, obrigados a procurar na Europa (!) e nas economias mais desenvolvidas o pão e a oportunidade que a mãe pátria não dá.
Os que chegam, substituem-nos, porque os parcos euros que lhes pagam não chegam aos portugueses para sustentar a família, cá dentro, enquanto os imigrantes, fugidos da fome e da miséria que esta ordem mundial gerou, e o egoísmo acentuou, ainda conseguem poupar dinheiro para o enviar para as suas famílias, lá fora!
Que estranha forma de vida!
Que fado mais triste!

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