SEPARAR O LIXO…
Separar o lixo doméstico e substituir em casa as lâmpadas incandescentes por lâmpadas de halogéneo são hoje obrigações cívicas dos cidadãos responsáveis.
Talvez não estejamos a dar a estas coisas a importância que efectivamente têm. Oiço muitos amigos meus ficarem admirados por em nossa casa fazermos isto; outros contam logo histórias que ilustram a “certeza” de que nós separamos o lixo, mas os serviços de recolha misturam depois tudo outra vez, por falta de logística e tecnologia para fazer diferente. Só os que viveram nos países do Norte da Europa é que ficam admirados quando alguém lhes diz que não separa o lixo; lá apanha multa.
É o mesmo com a substituição das lâmpadas incandescentes; mesmo que o seu consumo energético esteja dentro das nossas possibilidades de pagar, é irracional não o reduzir quando está ao nosso alcance fazê-lo. Até em Cuba (na República, não no Concelho) as lâmpadas incandescentes já foram banidas…
Mas, há sobretudo uma dimensão de solidariedade e de adesão a bons princípios que a adopção destas duas medidas representa. Pertencemos a uma grande comunidade, com a qual partilhamos os recursos da Terra; cada um de nós é insubstituível na responsabilidade de gerir bem esses recursos na sua escala pessoal. Não esperemos (nem desejemos) que o Estado nos imponha regras de gestão nessa micro-escala; antecipemo-nos e, por uma vez, esvaziemos o seu protagonismo.
No que respeita ao consumo energético há uma razão adicional. A forte procura de petróleo, que se traduz em preços altos da matéria-prima, deixa a nadar em dinheiro Estados com Governos que em nada contribuem para o bem-estar mundial, quer por estarem próximos de organizações terroristas, quer por pretenderem criar blocos regionais “revolucionários” (i.e., com economias estatizadas e com sociedades controladas a partir de cima). Todas as vezes que somos ineficientes no consumo energético damos-lhes (por inadvertência, preguiça ou maus hábitos) a nossa ajudazinha.
Separar o lixo e substituir as lâmpadas fazem, por ora, parte de um conjunto de acções “fora de estrutura” em que cada pessoa, sem ser obrigada, sem precisar e sem ganhar directamente nada com isso, assume as suas responsabilidades de membro de uma comunidade de pessoas que maioritariamente não conhece, mas com as quais está solidária.
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