A Costa do problema
Faz hoje uma semana que Lisboa tem um novo presidente. A poeira dos danos começa a assentar e contam-se os ferimentos da direita e da incapacidade do partido maioritário ter tido a maioria absoluta. O problema que se coloca agora é este: que políticas efectivas na área da toxicodependência e como as realizar? António Costa foi muito claro durante a campanha no apoio às salas de chuto como se estas fossem a panaceia que resolvessem todos os problemas. Olhar esta problemática só a partir desta realidade é não compreender o que a envolve.Querem um exemplo: o mundo da noite e a sua cultura. A permissividade da Câmara em deixar as discotecas fecharem para lá da hora e os "after-hours" contínuos que se vão sucedendo. A cultura do mundo da noite é um risco. Ignorar isto é enterrar a cabeça. O conceito de diversão do mundo contemporâneo é o excesso. O alcool, as pastinhas, a cultura dos dj´s, as noites do Algarve, as festas permanentes, o bronzeado invencível. E a droga mora ali, na esquina, na festa que termina às sete da manhã. As salas de chuto resolvem o problema. Assim, anula-se o que todos sabem mas ninguém fala: a droga é (também) um problema de cultura. Divertir-se não é integrar-se no tempo (Heidegger) divertir-se é esmagar o tempo que eu vivo (Lipovetsky). Seguramente Costa sabe disto e sabe que nunca tocará nisto. Perderia as eleições e a posição. Muito antes das salas de chuto estão as noites de verão e das outras estações, e no prazer comprado por medida. A isto chama-se a Costa do problema.
1 comentário:
Costa não podia ter(nunca) a maioria, essa, pertence (absolutamente)à ABSTENÇÃO!
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