Ecce Filius tuus
Foi nesta data, há 310 anos, que se encontrou com Jesus um homem que tão eloquentemente O pregou: Pe António Vieira, sj! Da Baía para uma outra, mais segura, onde o nosso coração pode verdadeiramente repousar!
Hoje também, a nível litúrgico, celebramos um outro grande expoente português: o nosso querido frei Bartolomeu dos Mártires, recentemente
beatificado, a 4 de Novembro de 2001! Pergunto-me em que escola se fizeram tão grandes homens e a melhor resposta que encontro, a partir de Jesus, é: o seu Baptismo – filiação divina – e a sua filiação em Maria.
Que pretendo dizer eu com isto? Eu, nada! Vieira explicou-o tão claramente que aqui coloco as suas palavras, para melhor me dar a entender! E à Senhora do Carmo, peço apenas que no-lo conceda!
''Quando Cristo deu a S. João o cuidado de servir à Senhora, as palavras que disse foram estas: Mulier, ecce Filius tuus: Mulher, eis aí teu filho. Deinde dicit discipulo: Ecce Mater tua: João, eis aí tua Mãe. Mãe e Filho, de que maneira? Mãe tinha S. João, mas era Maria Salomé: Filho era, mas do Zebedeu. Pois se estes eram seus pais, como se chama João filho da Senhora, e a Senhora Mãe de João? É porque João tornou a nascer nesta hora, e nasceu só da Virgem por força das palavras de Cristo. Autores houve, e entre eles expressamente S. Pedro Damião, que disseram, que assim como as palavras, Hoc est Corpus meum [«isto é o meu corpo»], ditas uma vez por Cristo, tiveram força para converter o pão em corpo do mesmo Cristo; assim as palavras, Mulier, ecce Filius tuus, tiveram força para fazer a S. João, e o converterem de filho do Zebedeu em filho de Maria. De maneira, que S. João teve dois nascimentos: um nascimento natural, com que nasceu filho do Zebedeu; outro nascimento sobrenatural, com que nasceu filho da Mãe de Deus. Pelo primeiro nascimento nasceu nas praias do Tiberíade; pelo segundo nascimento nasceu ao pé da cruz. Pelo primeiro nascimento nasceu de geração humilde; pelo segundo nascimento nasceu da mais ilustre e real prosápia que havia no mundo, filho de uma Senhora, herdeira de um rei morto à mão de seus inimigos: Jesus Nazarenus Rex Judaeorum [Jesus de Nazaré rei dos Judeus].''
[Excerto do Sermão do Padre António Vieira proferido na Capela Real em 1642, no dia do nascimento do Rei D. João IV e da festividade de S. José, 19 de Março]
beatificado, a 4 de Novembro de 2001! Pergunto-me em que escola se fizeram tão grandes homens e a melhor resposta que encontro, a partir de Jesus, é: o seu Baptismo – filiação divina – e a sua filiação em Maria.
Que pretendo dizer eu com isto? Eu, nada! Vieira explicou-o tão claramente que aqui coloco as suas palavras, para melhor me dar a entender! E à Senhora do Carmo, peço apenas que no-lo conceda!
''Quando Cristo deu a S. João o cuidado de servir à Senhora, as palavras que disse foram estas: Mulier, ecce Filius tuus: Mulher, eis aí teu filho. Deinde dicit discipulo: Ecce Mater tua: João, eis aí tua Mãe. Mãe e Filho, de que maneira? Mãe tinha S. João, mas era Maria Salomé: Filho era, mas do Zebedeu. Pois se estes eram seus pais, como se chama João filho da Senhora, e a Senhora Mãe de João? É porque João tornou a nascer nesta hora, e nasceu só da Virgem por força das palavras de Cristo. Autores houve, e entre eles expressamente S. Pedro Damião, que disseram, que assim como as palavras, Hoc est Corpus meum [«isto é o meu corpo»], ditas uma vez por Cristo, tiveram força para converter o pão em corpo do mesmo Cristo; assim as palavras, Mulier, ecce Filius tuus, tiveram força para fazer a S. João, e o converterem de filho do Zebedeu em filho de Maria. De maneira, que S. João teve dois nascimentos: um nascimento natural, com que nasceu filho do Zebedeu; outro nascimento sobrenatural, com que nasceu filho da Mãe de Deus. Pelo primeiro nascimento nasceu nas praias do Tiberíade; pelo segundo nascimento nasceu ao pé da cruz. Pelo primeiro nascimento nasceu de geração humilde; pelo segundo nascimento nasceu da mais ilustre e real prosápia que havia no mundo, filho de uma Senhora, herdeira de um rei morto à mão de seus inimigos: Jesus Nazarenus Rex Judaeorum [Jesus de Nazaré rei dos Judeus].''
[Excerto do Sermão do Padre António Vieira proferido na Capela Real em 1642, no dia do nascimento do Rei D. João IV e da festividade de S. José, 19 de Março]
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