Pobreza versus abundância
Assinalou-se ontem o Dia Mundial da Alimentação e hoje o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza.
Existem dois milhões de pobres em Portugal. Um quinto dos portugueses vive com menos de 360 euros por mês e 32% da população activa entre os 16 e os 64 anos seria pobre se dependesse só do seu trabalho.
Isabel Jonet, presidente da Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome, alerta que há mais pessoas a pedir ajuda do que em anos anteriores. Em 2006 foram 216 mil as pessoas que receberam alimentos e este número, segundo refere a mesma, tem sido engrossado por aqueles a quem chama “novos pobres”, pessoas que, embora com emprego e salário, já não têm dinheiro no final do mês para suportar todas as necessidades da família.
Estamos, pois, perante um “novo” tipo de pobreza, o qual é alarmante. Já não são só os desempregados e idosos que necessitam de recorrer à ajuda de instituições sociais, são também aqueles que, por lhes faltar o Essencial, procuram, ainda assim, satisfazer-se com bálsamos que, não satisfazendo, atraem irresistivelmente.
Há uma má imagem da pobreza que é cultivada por uma outra mentalidade social próxima de uma cultura de abundância.
No entanto, nem toda a pobreza é negativa. Dir-se-ia que existe um bom nome para a pobreza: santidade. Dessa não se fala, porque de Deus já pouco se fala.
A pobreza por amor ao Céu gera abundância para todos e isto sucede por motivos de partilha.
Uma sociedade de partilha não tem pobres, uma vez que é caritativa, fraterna.
Ora, a pobreza material só existe e é má porque é sintoma de uma pobreza espiritual, o que é ainda pior.
“Pobres sempre os tereis convosco” (Jo 12,8), diz o Senhor. Os maiores pobres de entre todos são, sem dúvida, os de espírito e é desta pobreza que resulta a pobreza material dos outros. Para os pobres que amam o Céu, a sua riqueza é relativa, isto é, é relativa aos outros, diz respeito também aos outros e não apenas ao legítimo proprietário.
Mas a dificuldade ou problema maior está no facto de se ter perdido a noção de que, em relação aos bens materiais, a única relação possível a ter com eles é a de administração e não de posse.
A pobreza torna-se ainda mais chocante no sentido em que à ausência ou posse diminuta de bens se junta o factor psicológico, que gera mais sofrimento e que insiste no facto de, perante os outros, não sermos agentes com posses. E tudo isto faz sofrer…
Existem dois milhões de pobres em Portugal. Um quinto dos portugueses vive com menos de 360 euros por mês e 32% da população activa entre os 16 e os 64 anos seria pobre se dependesse só do seu trabalho.
Isabel Jonet, presidente da Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome, alerta que há mais pessoas a pedir ajuda do que em anos anteriores. Em 2006 foram 216 mil as pessoas que receberam alimentos e este número, segundo refere a mesma, tem sido engrossado por aqueles a quem chama “novos pobres”, pessoas que, embora com emprego e salário, já não têm dinheiro no final do mês para suportar todas as necessidades da família.
Estamos, pois, perante um “novo” tipo de pobreza, o qual é alarmante. Já não são só os desempregados e idosos que necessitam de recorrer à ajuda de instituições sociais, são também aqueles que, por lhes faltar o Essencial, procuram, ainda assim, satisfazer-se com bálsamos que, não satisfazendo, atraem irresistivelmente.
Há uma má imagem da pobreza que é cultivada por uma outra mentalidade social próxima de uma cultura de abundância.
No entanto, nem toda a pobreza é negativa. Dir-se-ia que existe um bom nome para a pobreza: santidade. Dessa não se fala, porque de Deus já pouco se fala.
A pobreza por amor ao Céu gera abundância para todos e isto sucede por motivos de partilha.
Uma sociedade de partilha não tem pobres, uma vez que é caritativa, fraterna.
Ora, a pobreza material só existe e é má porque é sintoma de uma pobreza espiritual, o que é ainda pior.
“Pobres sempre os tereis convosco” (Jo 12,8), diz o Senhor. Os maiores pobres de entre todos são, sem dúvida, os de espírito e é desta pobreza que resulta a pobreza material dos outros. Para os pobres que amam o Céu, a sua riqueza é relativa, isto é, é relativa aos outros, diz respeito também aos outros e não apenas ao legítimo proprietário.
Mas a dificuldade ou problema maior está no facto de se ter perdido a noção de que, em relação aos bens materiais, a única relação possível a ter com eles é a de administração e não de posse.
A pobreza torna-se ainda mais chocante no sentido em que à ausência ou posse diminuta de bens se junta o factor psicológico, que gera mais sofrimento e que insiste no facto de, perante os outros, não sermos agentes com posses. E tudo isto faz sofrer…
1 comentário:
Muito bem!
Texto com muita Lucidez e Verdade.
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