sexta-feira, 1 de junho de 2007

Isto (não) é assim!

A rtp2 decidiu incluir na sua programação de hoje,um filme de animação sobre educação sexual,destinado às crianças dos 7 aos 11 anos. Numa experiência que dizem ser inovadora, passaram ontem o mesmo filme – supostamente para ajudar os pais a decidirem livremente (?) se o filme seria apropriado para ser visto pelos filhos – seguido de um debate, onde, vejam lá, entre quatro convidados, três eram fervorosos defensores do filme. Que neutralidade!
O exterior revela o interior, a forma desmascara a verdadeira intenção. E aliás, o título do filme traduz bem essa intenção prepotente. “Isto é assim”, se intitula, ou seja: esta é a única verdade, e é assim que todos têm de pensar e educar os seus filhos, ponto final! Mais, “essas famílias que pensam que não é assim, revelam insegurança e precisam de ajuda”, segundo as palavras desse ‘sábio preceptor, rico orientador da mocidade’ que dá pelo nome de Daniel Sampaio (alguém tem que ensinar a este senhor as regras elementares da boa educação).
Digno de um regime com a tendência, cada vez maior, para dominar e controlar as consciências. E a isto chama-se totalitarismo, para não dizer outro nome mais feio!

Quanto ao filme e ao seu conteúdo, muita coisa haveria a dizer, no entanto retenho uma:
A mensagem passada (vem de passa!) que o bem e o mal são realidades subjectivas. A certa altura pergunta uma das crianças: «Mas como sabemos se é bem ou mal?» Resposta: «Depende daquilo que sentes!».
Isto sim, cria insegurança! Fecha as pessoas aos outros. Gera solidão. E por isso os consultórios cada vez mais cheios, apesar de tanta informação e de tanta aparente liberdade!

De uma mentalidade burguesa do “penso logo existo”, passou-se para o extremo oposto do “sinto logo é verdade”, mentalidade do “peace and love e outras substâncias”.Esta é a mentalidade dominante, a que está hoje no poder. Esperemos que não dure muito.

7 comentários:

João Távora disse...

Para bem do meu delicado estômago - não vi!

MRC disse...

Só de pensar no que poderia ver, optei também por não ver de forma a não estragar o meu início de fim de semana.
No entanto, temos que tomar consciência que não podemos só bradar aos seus; há que trabalhar para educar, começando pelos de nossa casa.
C.S.Lewis dizia que os cristãos devem ser sabotadores que, num mundo dominado pelo inimigo, de forma clandestina, procurem boicotar ao máximo tudo aquilo que puderem.

Anónimo disse...

Vi o filme. Confesso que estáva à espera de bem pior! No mundo em que hoje estamos até me pareceu o conteúdo e a forma bastante razoável (a Drª Margarida Neto destacou isso mesmo). Tinha recebido um e-mail do Move que diabolizava o filme exageradamente. Temos que ter cuidado em não cair nestes fundamentalismos.
O mais vergonhoso de tudo foi o "senhor de toda a verdade", Dr. Daniel Sampaio, que tentou passar um atestado de minoridade mental (e sexual) às infelizes e traumatizadas famílias que pensam como a Drº M. Neto. Esse senhor, que tem a educação sexual do nosso país nas mãos, vai criar nas nossas crianças muito mais estragos que o filme.

Pata Negra disse...

Vi o filme e achei-o educativo, sem tabus. Nunca pensei que pudesse ferir susceptibilidades: Não estamos no Irão!
Não sei de onde é que vim aqui parar a este blog de matriz católica! Gostei de ver a abertura na discussão!
Gostei do filme!
Concordo na composição tendenciosa do painel de comentadores e concordo tb que o omnipresente do irmão do ex-presidente já enjoa:
vá vender lições, conselhos e sábias palavras para o raio que o parta!

Anónimo disse...

?????????????!

MRC e AZ são parvos.

Anónimo disse...

fui ver agora o filme e debate da RTP2, e o que tenho a dizer é que toda a gente sabe que os grandes especialistas e autoridades mundiais nesta área são a Margarida Neto, as Líbano Monteiro e o Nogueira Ramos...
em particular o director adjunto terapêutico Zala prima pela boa educação e sensatez neste blog.

nota: ó João Rato, por amor de Deus não ponha aqui a sua foto!


f

MRC disse...

Aquilo que eu gosto mais na blogosfera é a liberdade que há para se dizer tudo o que nos der na real gana.
É pena é que alguns, não levem a sua liberdade de expressão à sua dimensão mais plena e, de forma cobarde, se escondam atrás de nicks e pseudónimos...