quinta-feira, 17 de maio de 2007

Ascensão

‘Para onde Eu vou, não podem vocês seguir-me”
E o coração do homem, ficou só, estruturalmente só.
Esperem por mim, não Me esqueçam.
Mas as luzes da cidade são tão brilhantes, e anestesiam a dor, fica dormente a solidão.
Diz-me onde apascentas os Teus rebanhos, para que não me perca, para que não Te perca!
Esperem-Me, lá onde estão, esperem-Me lá onde têm de ir, esperem-Me com os que têm, e com os que nunca chegaram.
Esperem-Me com os que não gostam, e com os que vos foram tirados.
Homem: não és transparente, nem monumental, nem simples, antes indigente. É assim que te quero: sossegado e tranquilo. Mas assutas-te pequeno homem por te veres assim, pequeno filho.
Tiveste medo. Embarcaste numa história que tinha por nome a mentira. Foste traído, e traíste. Magoaste, magoaste-te. Vendeste-te por tão pouco. Deste-te por nada.
Sempre o medo! E em cada gesto torto, e sebento: a súplica. Ontológica, a mesma que estava no início: Onde estás? Vem depressa!
Eu disse que estarei sempre!

1 comentário:

JSM disse...

Um texto, será melhor chamar-lhe profissão de Fé, muito bonito, e que sem o saber, diz bem das nossas dificuldades...ascensionais.
Muito bonito!