NO LAGO NIASSA
A Elisabeth e o Ricardo foram os primeiros casal de leigos da Consolata a trabalhar em Moçambique. Casaram em Setembro de 2000 e em Dezembro partiram para o norte, no Niassa, na fronteira com o Malawi, terra pobre, abandonada pelo poder central. Ali, estiveram seis anos e nasceram três crianças. Trabalharam numa escola secundária,inseriram-se na missão, na pastoral com os missionários, no orfanato para crianças abandonadas, no lar para os meninos que vinham de muito longe e não tinham onde dormir. Não estiveram sentados numa secretária de Maputo "a pensar" no futuro do país como fazem muitas ONG´S. Construiram a sua vida com os outros, no meio deles, no miolo da miséria. Há dois meses tornaram ao país "dos supermercados e dos centros comerciais" e vão começar a vida de novo.Nos primeiros seis meses vivem com um salário mínimo pago pelos Leigos e por cada filho recebem meio salário. Durante o tempo da missão os leigos descontaram para a segurança social o seguro social voluntário equivalente a 16 por cento do salário mínimo.Agora deu-se conta que não têm direito a nada apenas asseguraram tempo de descontos para a reforma. Do abono de família recebem 31 euros por cada filho. O Ricardo não tem direito ao subsídio de desemprego porque foi ele quem se despediu.Que políticas efectivas para o apoio ao Voluntariado? Hoje o coração ao desenvolvimento, aos mais pobres, passa por pequenos projectos e por testemunhos vivos. Como criar condições afirmativas que respondam a isso? Quem olha para o voluntariado como uma actividade menor, de gente idealista e pouco profissional não entende nada do que está contido no acto de Servir.
3 comentários:
Apoiado!
"Agora deu-se conta que não têm direito a nada apenas asseguraram tempo de descontos para a reforma"
Os "LEIGOS da Consolata" e os voluntários, na hora da partida deviam ter pensado nisso!?...
Quando lá estive em Missão de soberania, no NIASSA ficaram lá alguns também jovens... etc, etc, e tal...
AMAR é SERVIR, SERVIR é TRABALHAR!
Voluntários são os Bombeiros! (eram.)
Mas a Elisabete e o Ricardo, ainda novos, deixaram POrtugal para irem trabalhar para o norte de Moçambique.Louvavel!Mas precisando nós tb tanto de trabalhadores qualificados e abnegados,e sendo tb pobres,pq haveriamos de pagar o que quer que seja a quem vai trabalhar para o estrangeiro??? Portugal já contribui com muito para Moçambique.Ser voluntário é isso mesmo: não receber nada pelo trabalho que se faz..Qual o espanto???
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