Sociedade sem Bússolas
Embora há muito se fale no assunto e faça parte do actual Plano Nacional de Luta (?) contra a Droga, parece que é agora que a troca de seringas nas prisões vai mesmo para a frente.
Por mim, não tenho dúvida no seguinte: esta não pode ser a forma de lidar com o problema da droga nas prisões, se se tem como primeiro olhar a Pessoa; isto é, se se acredita que existe sempre uma possibilidade de mudança e que há que trabalhar neste sentido. E o sentido não é este, que agora nos é dado.
Caracterizando exemplarmente esta política demissionista, permissiva e fatalista, transcrevo o que Fernando Madrinha escreveu há um tempo:
"A grande doutrina política dos nossos tempos consiste no seguinte: abdicar, se necessário, de princípios, de convicções e de regras tão elementares como as de respeitar e fazer perceber que há uma fronteira entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, só para evitar problemas. Quando pensamos que tomar drogas é uma decisão errada, que tem de ser combatida e não facilitada, mas nos vem dizer que, afinal, elas podem ser fumadas, snifadas ou injectadas com o apoio do Estado, é natural que sejamos tomados pela duvida e pelo cepticismo. É mesmo muito natural que um pai e uma mãe se interroguem, como Claude Imbert o fazia num dos últimos editoriais de “Le Point”: “Como ensinar os pontos cardeais numa sociedade sem bússolas?”.
1 comentário:
Ser pai e mãe hoje em dia é um grande desafio. Saber educar. O exemplo, no entanto, é o nosso maior desafio em conjunto com o transmitir o sentido de uma liberdade que só o será verdadeiramente se for acompanhada de um efectivo sentido de responsabilidade.
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