quarta-feira, 25 de abril de 2007

Em nome da Verdade, não nos resignemos!


“(…) Agora, tudo depende de vós e do vosso inconformismo. Em nome de Portugal, não se resignem!”.
Foi com estas palavras dirigidas aos jovens que o Presidente da República encerrou hoje o seu discurso na Assembleia da República, na 33ª Sessão Comemorativa do 25 de Abril.
Um apelo à não resignação num dia em que se fala de liberdade parece fazer todo o sentido. Mas é preciso mais: a não resignação não pode deixar de ser ligada à Verdade, sendo certo que «somente a liberdade que se submete à Verdade, conduz a pessoa humana ao seu verdadeiro bem. O bem da pessoa é estar na Verdade e praticar a Verdade» - Encíclica Veritatis Splendor citando a Doutrina da Igreja.
E a Verdade ultimamente parece que pouco tem interessado aos portugueses… mas não nos resignemos em nome da Verdade que é muito mais que mera formalidade, mera adequação entre o dizer e o ser.
Isso é apenas coerência. O que nos interessa na Verdade é esse carácter de revelação, desvelação que mostra uma realidade velada.
A nossa inclinação é, portanto, para uma Verdade que aponta para Um Maior a quem ela serve. Neste sentido, falamos de uma Verdade que nos liberta porque nos permite dar conta de uma realidade que nos atrai e na qual procuramos enxertar-nos e que compreendemos como nosso destino.
A liberdade que o mundo nos propõe bem merece o nosso olhar de soslaio, de desconfiança, uma vez que nos querem impor destinos que não são os nossos. Já agora, não deixa de convocar à estranheza que o apelo à mobilização provenha de quem recentemente nos deu uma lição de “verdadeiro” (in)conformismo.
* Pintura - Nossa Senhora dos Peregrinos, Caravaggio, Igreja de Santo Agostinho, Roma

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