sábado, 28 de abril de 2007

O homem perdido

Quando a luz se inclina a noite é o deserto. O ritmo das vozes, das conversas, e do ciar dos lobos arruinam a alma. O homem de tez branca, rosto altivo, julga-se inteligente. Tem o farol da descrença, verbo inútil.O cheiro da terra, da infância, o rosto da mãe e a pureza da ameixa jazem no fundo. O homem fala, diz. É inteligente, amargo. No coração tem o erro e a soberba. Mas não sabe, não recorda que lhe falta o silêncio, a escorrência de luz.E o homem fala, diz que sim, adormentado. Não tem nada a dizer,só a ausência, a redundância. Não tem nada dentro dele. Nem as lágrimas. Nem a redenção.

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