terça-feira, 17 de abril de 2007

VIDINHA

A escuridão ilumina a terra e divide-a em fragmentos, pedaços soltos e movimentos. Só se vê o inantígivel, o rasgo agudo da espiga. A terra é a junção. Dos sulcos e das fibras de torrões que juncam os elementos orgânicos. A palha e a seiva, o girassol e o trevo, o mel e os homens. A terra foi a infância. Dos homens, de todos os homens, quando o trigo ainda não era. Agora habitam a terra cobertos pela noite.Estão aqui, nas gretas escavadas do escuro da meia noite. Somos ambos iguais. A terra é o encontro. Entre os homens que foram e as lágrimas esgotadas pelo orvalho.
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Viagem a Serpa

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma extraordinária viagem ao baixo alentejo que começa na confusão dos elementos, que se unem no pão amassado pela vida...
Um bonito poema, que busca um destino.